‘Amantes do Teatro’

O espetáculo foi
criado, escrito e
dirigido pela atriz
Ana Guasque,
que contracena
ao lado do ator
Eduardo Mossri (Foto: Divulgação)
O espetáculo foi criado, escrito e dirigido pela atriz Ana Guasque, que contracena ao lado do ator Eduardo Mossri (Foto: Divulgação)

    Espetáculo que une história do teatro e temas como amor e amizade estreia nesta sexta-feira (5) no Teatro Glauce Rocha

 

Com uma mistura de comédia romântica e clássicos da história do teatro mundial, o espetáculo nacional “Amantes do Teatro” estreia em Campo Grande nesta sexta-feira (5) e promete fazer o público se divertir, conhecendo cenas de peças teatrais famosas desde o período da Grécia Antiga até a atualidade.

O espetáculo foi criado, escrito e dirigido pela atriz Ana Guasque, que contracena ao lado do ator Eduardo Mossri. A peça encena clássicos da dramaturgia com uma narrativa contemporânea, para mostrar ao público a história do amor teatral de forma leve e com humor, utilizando de vários personagens conhecidos.

“Nós escolhemos alguns recortes de textos que fazem um percurso e se aproximam dos dias de hoje. A parte dedicada aos dias atuais é a relação dos próprios personagens, do ator e da atriz, entre si, vivendo nesse tempo de hoje e debatendo o de ontem, e o que a gente espera do amanhã. O enredo da peça é um ator e uma atriz que se gostam muito, que são amigos, se conhecem há muitos anos, cresceram juntos, e voltar a contracenar juntos, após uma pausa de 10 anos”, explica Ana Guasque em entrevista para o jornal O Estado.

“Eles falam sobre o tempo, sobre o que é uma amizade verdadeira, acontecimentos da vida […]. A peça é eles ensaiando clássicos como Romeu e Julieta e a Megera Domada. Trazemos os clássicos, mas conduzindo para outro enfoque, dessa forma, fazendo um debate sobre amor, amizade, destino, para entender que no final, aconteça o que acontecer, o teatro permanece”, complementa a atriz.

Criadora da peça, Ana se inspirou no seu amor pela história do teatro e pelos seus estudos pelo tema. “Eu adoro história, tenho uma tia historiadora que me influenciou muito, todo o percurso da história da humanidade me encanta muito. Ao longo da minha formação de teatro tivemos um vasto estudo sobre a história do teatro mundial e brasileiro, e antes disso, na minha graduação também. Comecei minha carreira em 1995, em Porto Alegre, aos 15 anos. No início dos anos 2000 fiz uma peça que fazia recortes de cenas clássicas, e foi uma grande inspiração. Mais do que tudo, a história do teatro é uma grande fonte de inspiração”.

Importância

A peça, que teve estreia em Brasília e já passou por Cuiabá e Uberlândia, também realizará apresentações em Ouro Preto, Campina Grande, Luís Eduardo de Magalhães, Fortaleza, Recife, Vitória, Belém, Palmas, Goiânia, Ilhéus e São Paulo, promovendo incentivo à cultura, democratização de acesso, acessibilidade, inclusão social e formação cultural. Questionada sobre a importância de levar o teatro e sua peça para diferentes regiões do país, Ana destaca a oportunidade de acesso aos diversos públicos ao seu conteúdo e como a chegada de uma peça pode fomentar a economia de um local.

“É importantíssima essa troca, muito necessária. Esta sendo uma experiência riquíssima, prospera e farta. Duas coisas muito legais: primeiro, a quantidade de ingressos gratuitos é maravilhoso. Eu digo para a equipe que não me importa a venda dos ingressos – não que eu esteja menosprezando – mas projeto incentivado é o que mais importa, é que as gratuidades sociais sejam utilizadas pela população. Outra coisa muito importante é economia criativa girando, os profissionais de cada localidade sendo contratados, produtor cultural, assessor de imprensa, fotografo, filmmaker, montador de cenário, técnicos, motoristas, fornecedores de alimentos, hotéis, é uma gama. O projeto mal começou e até esse momento estamos com 100 profissionais diretos contratados por meio do projeto, e eu como mulher fico muito feliz de proporcionar isso”.

Relação com o público

Com diversos períodos históricos e referências culturais presentes na peça “Amantes do Teatro”, o trabalho também foi desenvolvido para que a narrativa se transformasse em um texto coeso e divertido, principalmente para ‘trazer’ o público para o palco.

“São anos de estudo, anos em contato com a história do teatro, tendo como base uma peça que fiz anos atrás. Sempre gostei muito disso, dessa forma de fazer teatro onde há troca de cena, onde se estabelece o jogo do teatro aos olhos do público, para que juntos podemos resgatar o nosso eu interior, que tem capacidade de se surpreender, para despertar no público essa capacidade. O que mais me deixa entusiasmada é isso, trazer o jogo teatral para a vista do público, ele se diverte. A adaptação foi nesse sentido, de trazer algo divertido para o público, onde ele se sinta participando”, disse a atriz.

Além disso, para a atriz, o cerne do teatro está ligado intimamente ao seu público, e ao que ele vê, sente e compreende ao ver um de seus espetáculos, com humor leve e saudável, mostrando que é possível rir sem ofender.

“A essência do teatro é na minha opinião, a capacidade de abrir portas e janelas de respiração, para que a gente consiga olhar e sentir o mundo de uma forma mais ampla, consiga sair um pouco do nosso umbigo, expandir um pouco os nossos olhares; quando a gente ri, abrimos todas as portas do nosso ser. Quando a gente oferece riso, diversão, ludicidade saudável, mostrando que é possível rir sem fazer piadas preconceituosas, sem fazer piadas que destroem o outro, é possível rir fomentando um novo pensar, onde há inclusão, respeito, e brincar com tudo isso. Trazer uma leveza para a vida das pessoas que estão assistindo, para a vida dos atores, eu quero que esse espetáculo traga experiências saudáveis e prazerosas a cada riso, a cada cena. Acho que essa é a essência do teatro, abrir espaços dentro das pessoas, na alma, para enxergar o mundo de outra forma. Que leve leveza, que seja leve, diversão, carinho e cultura”, finaliza.

Serviço

A peça “Amantes do Teatro” será realizada no Teatro Glauce Rocha, na sexta-feira (5), em duas sessões, às 17h e às 20h e no sábado (6), às 20h. Os ingressos podem ser adquiridos por meio da plataforma Sympla, com valores entre R$ 10,00, R$ 20,00 e R$ 40,00. A classificação etária é a partir dos 12 anos e a peça contará com intérprete de libras e audiodescrição.

 

Por Amanda Ferreira e Carolina Rampi

 

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