Aumento no preço do azeite pode deixar “comer fora” mais caro na Capital

Azeite de oliva virgem ficou 69% mais caro e o extra virgem teve aumento de 80% - Foto: Nilson Figueiredo
Azeite de oliva virgem ficou 69% mais caro e o extra virgem teve aumento de 80% - Foto: Nilson Figueiredo

Com inflação em 24,7%, estabelecimentos usam táticas para driblar altas e evitar repasse para o consumidor

Consumir azeite está mais caro no Brasil e, consequentemente, na Capital. A afirmação é parte de um estudo feito pela ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) em fevereiro, que verificou um aumento no preço cotado em 24,7%. Comumente utilizado na Quaresma, ocasionado pelo maior consumo de peixes, o produto também é tradicional em determinados segmentos da culinária, como, por exemplo, comidas árabes, pizzarias e em restaurantes no geral, que utilizam o tempero para preparar legumes, verduras, grelhar peixes, frangos, entre outros preparos que contam com o ingrediente para dar mais sabor ao paladar.

No final de 2023, no mês de dezembro, a empresária Juliana La Pastina, importadora World Wine, em entrevista a CNN, esclareceu que menos garrafas estavam disponíveis no mercado. Desta forma, o azeite de oliva virgem ficou 69% mais caro e os rótulos do extra virgem acumularam aumento de 80% – isso no período entre novembro de 2022 e 2023. Nas lojas físicas ou no e-commerce as garrafas com 500 ml já custavam a partir de R$ 74,40 no período.

Em um estabelecimento localizado na Rua Bom Pastor, um dos corredores gastronômicos da Capital, azeites de três marcas diferentes são encontrados a mais de R$50. O azeite Andorinha, por exemplo, é comercializado a R$ 64,90, assim como o Galo, que também é vendido a R$ 64,90. Já o Azeite mais barato, da marca Nova Oliva, é encontrado a R$ 56,90.

O proprietário do Síria
Restaurante Árabe, Wasim Aldaly, 41, há sete anos residente da Capital sul-mato-grossense, argumenta que tem sofrido muito com o aumento dos preços do azeite. Afinal, como pontua, “comida árabe em geral não tem gosto sem azeite” e, por dia, é utilizado no estabelecimento, em torno de três a quatro garrafas. “Antes ia de R$ 28 a R$ 30 por garrafa. Hoje está R$ 45 cada, quase o dobro do valor há uns dois meses”, lamenta o proprietário.

Busca pelo azeite – Brasil para a Argentina
A proprietária da Vitrine Grill, Dayane Martins Ferreira, 38, explica que desde dezembro tem percebido as alterações no preço do azeite. Conforme avalia, se antes a empresária pagava pelo azeite um valor na faixa dos R$ 20, hoje ela pontua que para comprar um vidro de azeite, necessita desembolsar em torno de R$ 43.

Foto: Nilson Figueiredo

“Teve um aumento muito significativo para a gente que tem restaurante e utiliza bastante. Na verdade, eu acho que está sendo um problema para todos, porque está tudo muito caro. Essa questão da inflação está prejudicando todos nós que mexemos com comida, e para repassar isso para o cliente, o momento não está propício. Teve uma cliente que mandou no meu Instagram: ‘nossa, é tudo muito bom, mas está muito caro’ e isso porque não estou repassando os aumentos para os clientes. Então assim, não tem como, vamos ter que manter [os preços atuais] o máximo que conseguir. Repassar orientações aos meninos, para a cozinheira e buscar outras alternativas daqui e dali para não levar o aumento para o cliente”, destaca.

Segundo Ferreira, ao perceber a inflação no azeite, ela aproveitou a ida até Santo Antônio do Sudoeste, no Paraná, que faz divisa seca com a Argentina, para comprar o azeite mais barato, já que no outro país, um galão de cinco litros é vendido a R$ 85, enquanto que no Brasil, um vidro com 500 ml é comercializado a mais de R$ 50. “Eu tive essa ida em fevereiro, fui fazer um passeio para os lados do Paraná e acabei comprando o azeite lá na Argentina. Nós trouxemos uma faixa de 15 litros para cá, porque também tem cota, ou seja, você não consegue trazer muito. Eu trouxe a cota exata para tentar burlar isso e amenizar o aumento”, esclareceu a empresária, que aponta a utilização, sobretudo, em itens como saladas, grelhados, legumes e também massas como o macarrão alho e óleo.

 

Por Julisandy Ferreira

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