Irmã Nair Brites, aos 83 anos comemora 65 deles dedicados a Deus e aos serviços de amor ao próximo

Foto: Reprodução
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Obediência, castidade e pobreza. Esses três votos evangélicos foram pronunciados, há 65 anos, pela freira Irmã Nair Ferreira de Brites, hoje com 83 anos de idade. Uma vida dedicada a Deus a quem atribui à sua “mão poderosa’’ que a fez, aos 17 anos, ingressar na Congregação das Irmãs de São Vicente de Paula de Gijzegem e se tornar uma Religiosa Consagrada.

Irmã Nair, hoje morando em Campo Grande, ainda se recorda da data quando, juntamente com seus pais, Clementino Cáceres de Brites e Ramona Mauriza Ferreira de Brites, deixou Ponta Porã – cidade sul-mato-grossense que faz divisa com o Paraguai – tendo também seus irmãos como companhia: 8 de janeiro de 1959. “Papai que era funcionário público (ferroviário) tinha sido transferido de Ponta Porã para Campo Grande e, assim, no dia 8 de janeiro viajamos em família. Eu estava com quase 18 anos e deveria seguir para São Paulo com as Irmãs Vicentinas”.

O trem saiu de Ponta Porã às 6h e chegou a Campo Grande às 16h. No trajeto, a então adolescente Nair teve momentos de sentimentos variados: alegria por estar dando um importante passo para se consagrar a Deus e, ao mesmo tempo, de tristeza por ter que se afastar dos pais, irmãos, do lar de muito carinho.

“Meus pais também estavam alegres e, às vezes tristes, porque eu era a primeira filha a sair do convívio e responsabilidade deles. O mesmo acontecia comigo, tinha muita vontade de chorar, estava dando um passo para o desconhecido”, explica.

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Consagração

Os pais e irmãos de Nair desembarcaram em Campo Grande e ela seguiu no trem para São Paulo e, depois, para Pindamonhangaba (SP), onde deveria permanecer durante três anos. “Esse tempo chamamos de Postulantado – onde as jovens aprendem a oração bíblica, liturgia das horas e disciplina, como falar baixo, respeito pelo diferente e outros valores inerentes ao Evangelho na vida fraterna. O Noviciado é o tempo intensivo de oração a qual chamamos de Leitura Orante de Palavra. No final desse tempo, durante a missa, pronunciei os três votos evangélicos: obediência, castidade e pobreza’’.

Ver Deus em todas as coisas
Irmã Nair conta que, em seguida, foi enviada para missão especifica da Congregação. “Cursei Pedagogia com especialização em Administração. Fui enriquecida com vários cursos na área bíblica e espiritualidade. Nas diversas atividades apostólicas que exercia, tinha como meta: Ver Deus em todos as coisas!”

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Durante sua trajetória de vida dedicada a Deus, Irmã Nair diz que exerceu diversas funções, como diretora de escolas, na pastoral catequética com crianças e adultos. Foi também membro do Conselho Estadual de Educação em Campo Grande. Atuou na formação de lideranças na Comunidades Eclesiais de Base.

“Tive oportunidade de testemunhar meu ser consagrado um tempinho na Bélgica. Foi um tempo de muita riqueza na minha estadia nesse país europeu, Pude constatar valores de diferentes culturas, com os quais fui enriquecida. No país vizinho, Paraguai, foi tempo de muita graça de Deus. É verdade que passei vários momentos difíceis! Até os momentos nebulosos fizeram parte da minha missão como Religiosa Consagrada, na Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo de Gijzegem”, afirma. Valeu a pena? Irmã Nair dá um sorriso e diz, com convicção: “Hoje com 83 anos de idade e 65 anos de consagração a Deus, sou imensamente agradecida a Deus, à minha família, as Irmãs Vicentinas, minhas coirmãs, e ao povo por onde somei as minhas habilidades. Mesmo com essa idade, continuo disponível para servir. No meu dia a dia busco estar em sintonia com Deus e assim me preparando para o dia do encontro com Deus”

 

Por O Estado

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