Juíza deve pedir autorização para investigar deputado Neno Razuk
O início de ano da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul está bastante agitado, pois já na primeira semana vive sob a expectativa de receber a notificação da cassação do deputado Rafael Tavares (PRTB) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de um pedido de autorização para que o Judiciário investigue outro parlamentar, Neno Razuk acusado de ser chefe de uma organização criminosa que comanda o jogo do bicho em Campo Grande.
O presidente da Alems, Gerson Claro (PP), nega ter recebido qualquer notificação a respeito. “A Casa não foi comunicada, ainda não recebeu nenhuma documentação da Justiça”, disse o parlamentar. Neno Razuk, que compareceu normalmente a sessão de ontem, também disse que não foi notificado e, portanto, ainda não pode falar a respeito. Por isso, não sabe seu destino no Legislativo.
Assim que receber a notificação, o presidente da Assembleia deve tomar suas atitudes em relação a esse processo, sendo que o Legislativo tem o poder de decidir pelo prosseguimento da ação contra o deputado que tem imunidade. A autorização para o prosseguimento da investigação deve ser votada em plenário ou seja, pelo menos 13 deputados terão de votar a favor, em sessão com voto secreto.
O Gaeco chegou a pedir a prisão do deputado, alvo principal da Operação Sucessione, que teve duas fases no fim do ano passado. A juíza May Melke Amaral, titular da 4ª Vara Criminal em Campo Grande, aceitou a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que apontou o deputado estadual Roberto Razuk Filho, Neno Razuk (PL). Além de citar os réus, a Justiça também precisa comunicar oficialmente a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
Outros casos
Ainda existe outro caso pendente que envolve o deputado Roberto Hashioka (União Brasil) cujo partido, ironicamente a pedido de Rafael Tavares, está sendo investigado pelo não cumprimento às quotas de gênero e racial na distribuição dos recursos do Fundo Partidário. As irregularidades teriam sido praticadas pelos responsáveis financeiros da Comissão Provisória do União Brasil, o que teria beneficiado toda a chapa proporcional do partido.
No processo é pedida a cassação dos candidatos; inelegibilidade e anulação dos votos obtidos, o que implica na recontagem do cálculo do quociente eleitoral e partidário. Neste caso, Roberto Hashioka (União) perderia o mandato, já que o partido ficaria sem os votos. João César Mattogrosso(PSDB) que estava ocupando a vaga de Pedro Caravina (PSDB) e teve que deixar o parlamento, seria convocado para assumir definitivamente a vaga.
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