Os servidores públicos estaduais aposentados voltaram à ALEMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), na sessão solene de retorno das atividades, que aconteceu ontem (5) para continuar a manifestação contra os 14% descontados da folha de pagamento. Eles querem que a causa seja colocada em discussão pelos deputados, independente do partido. Diante da reivindicação, o governador Eduardo Riedel destacou que após o carnaval, um novo encontro deve ser definido com a categoria em busca de uma solução.
Como já reportado pelo O Estado, para os aposentados, é quase ingratidão a retirada de valores dos seus pagamentos, conquistados após anos de serviços prestados ao Estado. Atualmente, o grupo é formado por 600 pessoas que atuaram em diferentes setores públicos, que cobram da gestão Eduardo Riedel (PSDB) a inexistência dessa cobrança, ativa desde 2020, e que, durante a campanha eleitoral, ele se comprometeu a retirar.
“Nosso movimento é apartidário, queremos apoio de todos. Não somos contra o Governo, queremos melhorar a nossa aposentadoria, com mais dignidade para nossa vida. Se o governador chegar ao teto do INSS está bom, mas queremos a isenção total, porque já trabalhamos para pagar nossa aposentadoria, não é justo continuar pagando para sustentar o Estado”, desabafou uma das representantes do grupo, a ex-servidora do Judiciário, Ione Franco.
Por ter sido uma sessão solene, o grupo de manifestantes garantiu que retornarão até que sejam ouvidos. “Vamos fazer o enfrentamento até o último momento, porque nós fizemos todo o movimento. Amanhã começam as sessões, as pautas do Executivo começam a chegar, e nós estaremos aqui ou na Governadoria, onde for preciso, para sermos atendidos pelo governador Eduardo Riedel (PSDB)”, destaca Auxiliadora Darc, que trabalhou para a Saúde do Estado.
Durante a sessão, o governador conversou com alguns dos manifestantes e pontuou que já iniciou as tratativas em busca de uma solução. “Estamos em discussão com o Ministério da Previdência Social, logo depois do Carnaval vamos ter uma reunião com vocês (servidores aposentados), para apresentar o que apresentamos ao Fórum dos Servidores e existe a pré- -disposição do Governo de Discutir modalidade e maneiras de apoiar os aposentados, se é na alíquota, se é outra medida, vamos discutir”, prometeu.
É importante lembrar que o projeto de Lei da Reforma da Previdência dos servidores estaduais foi aprovado por 16 votos favoráveis e 7 votos contrários, em apenas dez dias de tramitação na ALEMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), e foi sancionada pelo governador da época, Reinaldo Azambuja (PSDB). Azambuja apresentou a proposta ainda em 2017, com a finalidade de “buscar o equilíbrio e a garantia de que possa ser honrado mensalmente o pagamento da folha dos inativos e fique assegurada a equivalência entre as receitas auferidas e as obrigações do RPPS (Regime Próprio de Previdência Social)”, conforme publicação no site da ALEMS, de 31 de outubro daquele ano.
As manifestações, que já conquistaram apoio do Sindicato dos Policiais Penais, civis e militares, pede que o desconto da Ageprev seja exigido apenas aos aposentados que recebem mais de R$ 7 mil por mês, que é o mesmo teto imposto pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e isenção total, pelo menos, dos ex-servidores que sofrem de doenças crônicas.
Por Kamila Alcântara e Daniela Lacerda.
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