Implantada em maio de 2023, a ‘Horta da Esperança’, que auxilia detentos na conscientização, redução da pena e ressocialização, já produziu 25 toneladas de alimentos no local, sendo 20% doadas e 80% vendidas para fornecedores da unidade. O projeto é uma parceria entre o poder judiciário, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e o Senar Mato Grosso do Sul, por meio da Assistência Técnica e Gerencial aos reclusos que trabalham no local.
O Senar Mato Grosso do Sul, por meio da Assistência Técnica e Gerencial em Horticultura, presta atendimento ao projeto ‘Horta da Esperança’ no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, em Campo Grande. O diretor do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, Adiel Barbosa, afirma que a horta auxilia a sociedade por meio de doações para escolas e hospitais. “Além disso, também realizamos a venda das mercadorias para as empresas que nos fornecem alimentos”.
De acordo com o supervisor de campo da ATeG Horticultura, Thiago Escobar, o papel do Senar é dar suporte para aumento da produção e qualidade dos alimentos. “A sustentabilidade é trabalhada por meio da rotação de culturas, cobertura do solo, uso correto de defensivos agrícolas para melhorar os resultados da horta”, afirma. O técnico de campo e engenheiro agrônomo, Welligton Valadão, pontua que mais de 20 culturas são produzidas. “Na prática, eu atuo desde o início da implementação do projeto, desde o planejamento, organização das culturas, o que seria plantado e como, o escalonamento das culturas e inserção das tecnologias. Após essa fase, eu passei a realizar duas visitas mensais para orientar os internos e agentes penitenciários que auxiliam os mantenedores da horta”, detalha.
“Eu moro em um sítio e mexer com a natureza traz mais energia para mim. Quando eu convivo com as plantas fortalece meu espírito. Plantar e colher me ajuda cada dia mais a sobreviver. Se eu entrei fraco aqui eu vou sair mais forte, com uma profissão que eu possa atuar, trabalhar, produzir e procurar fazer o certo a partir de agora”, explica um dos internos. “Eu quis trabalhar na horta para não precisar ir para a rua, então já estamos ‘dentro do serviço’, e porque aqui é um bom lugar para se estar. Eu não tinha experiência com a horta, então eu observava os outros e aprendia. Aprendi a plantar, colher, mexer com a terra e adubar. A minha parte favorita é plantar, porque é legal ver ela crescer e se desenvolver”, relata outro detento.
Leia mais: Senar/MS doa alimentos do Campo de Excelência para instituições da Capital