Objetivo é mudar o Centro de Especialidades Médicas para o local e concluir obra até dezembro de 2024
Anunciado em setembro, o Complexo Hospitalar Municipal de Campo Grande já está na fase de estudo das áreas para implantação e a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) espera lançar a licitação para contratação da construtora em janeiro, para a gestão concluir o ano de 2024 com a obra em fase final. O local terá leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Centro Cirúrgico, realizará exames e ainda será o novo endereço do CEM (Centro de Especialidades Médicas).
Em entrevista para o jornal O Estado, a prefeita Adriane Lopes (PP) reconhece o déficit de leitos hospitalares e garante que o projeto está caminhando para a execução, em uma área que já pertence ao município.
“O projeto está pronto e não está parado! Agora, vem o estudo de impacto de vizinhança da área que nós pensamos em fazer a construção. Tendo em vista que é uma obra grandiosa e é preciso fazer o estudo até do solo. A área definida é a que tiver menos embaraçada e que não sofra nenhuma paralisação”, garante a prefeita.
Conforme o anúncio do empreendimento, com o investimento inicial de R$ 200 milhões, a unidade deve contar com uma área total de 15 mil metros quadrados, sendo 10 mil metros quadrados de área construída, que abrigarão toda a estrutura de atendimento. O complexo deverá contar também com um heliponto para receber vítimas com necessidade de atendimento imediato.
Foram avaliados três locais para a possível instalação, mas o secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, já adiantou que uma dessas áreas já foi excluída, por ser na região do Aeroporto Internacional de Campo Grande, próximo a um atacadista. Restando dois espaços, questões ambientais e de acessibilidade são prioridades.
“A gente precisa avaliar uma série de questões, como acessibilidade, se as pessoas vão conseguir chegar lá com facilidade, além do impacto ambiental e social. A obra, no geral e segundo estudos que fizemos, a entrega do CEM será entre três e seis meses, enquanto o setor hospitalar será de nove a 12 meses”, prevê Sandro.
Sobre a rapidez na entrega, o secretário explica que vão seguir a expertise utilizada em obras importantes de todo o país, por construtoras com know-how em obras em blocos, que possibilitam resultados mais rápidos.
“Eles utilizam módulos, como legos, que podem ser construídos e desconstruídos. Não tenho a expectativa de construir um hospital em três semanas, porque esse processo tem que passar por muitas tramitações. Será feita a licitação em breve e a empresa que ganhar vai construir e equipar”, destaca.
Por fim, Sandro diz que o setor está com boas expectativas, pois essa é a melhor solução para as longas esperas por leitos, daqueles pacientes que passam dias em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centros Regionais de Saúde) até que consigam uma vaga nos hospitais conveniados.
“Estou muito feliz com o projeto. A necessidade dessa obra eu ouço há pelo menos 20 anos. Uma hora alguém ia ter que fazer esse enfrentamento e que bom que está acontecendo agora”, concluiu o secretário.
CEM e regulação dos atendimentos
O Complexo Hospitalar funcionará como os outros hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde), em Campo Grande, com o acolhimento de pacientes a partir do SisReg (Sistema de Regulação). A diferença é que os 250 leitos, que planejam disponibilizar, serão exclusivamente para os pacientes que receberam os primeiros atendimentos nas unidades de Urgência e Emergência.
Com isso, Campo Grande também poderá contar com o Hospital Regional e os convênios com a Santa Casa, São Julião e o Universitário Maria Aparecida Pedrossian.
O Centro de Especialidades Médicas Presidente Jânio da Silva Quadros, que será agregado ao complexo, sai do bairro São Francisco e ganha mais salas de atendimento. “O CEM, atualmente, conta com 25 salas de atendimento e nós vamos ampliar para 50, para atender e comportar a população da cidade que busca esses serviços”, pontuou a prefeita Adriane.
Após a mudança, aquele espaço será utilizado para alocar repartições que estão instaladas em casas alugadas, arquivo e almoxarifado da Sesau.
A promessa é que o complexo irá reunir, em um só local, o atendimento especializado e de diagnóstico, tendo a oferta de procedimentos de cirurgia geral, como hérnia, vesícula, oftalmologia, ortopedia e pediatria, além de exames de ressonância, tomografia, ultrassom, colonoscopia, endoscopias, entre outros.
Campo Grande tem, atualmente, uma média de 1.500 pessoas aguardando na fila de espera para uma cirurgia geral (hérnia, vesícula, oftalmologia, ortopedia e pediatria). Cerca de 10 mil pessoas estão na fila para fazer um exame de ressonância magnética. A Capital tem, hoje, em torno de 700 leitos para atendimento na Capital.
Por – Kamila Alcântara
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