Na sessão ordinária de quinta-feira (9), o 2º secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), deputado Pedro Kemp (PT), fez uso da tribuna para questionar a política de privatização dos serviços públicos essenciais à população. Ele fez críticas ao atendimento, ao aumento excessivo da tarifa e à qualidade dos serviços pela concessionária Energisa.
“Nós dos partidos de esquerda, sempre fomos contrários a política de privatização de energia, água, saneamento e outros serviços essenciais, pois sabemos que a empresas privadas seguem a lógica do mercado e do lucro. Muitas vezes, elas não têm interesse em levar investimentos em lugares que não dão lucros. Assim tem sido em Mato Grosso do Sul com a Energisa, a campeã de reclamação da população”, disse Kemp.
Em aparte, Roberto Hashioka (União) lembrou que no início do ano a conta de luz aumentou, em média, 9,28%. “Após o lucro de R$ 556 milhões em 2022, a Energisa aumentou seus ganhos em Mato Grosso do Sul, com o aumento da tarifa acima da inflação. Não podemos permitir que tudo caia nas costas dos consumidores”, falou Hashioka.
Kemp recebeu várias denúncias de aumento expressivo nas contas de energia elétrica, referente aos meses de outubro e novembro, inclusive, com relatos de casos em que o valor quadruplicou. “As contas subiram muito além da capacidade de pagamento das famílias. E a justificativa novamente da empresa é o calor. Mesmo que o calor aumente o consumo de alguns aparelho, como é o caso da geladeira, os valores são desproporcionais com o consumo”, ressaltou.
O 2º secretário também tem recebido reclamações sobre a qualidade do serviço e o atendimento. “Moradores do Jardim Paradiso, Batistão, Leblon, Santo Amaro ficam sem energia com qualquer vento forte que bate. Outras denúncias são com relação aos prazos para fazer a ligação da energia, especialmente, nas áreas rurais. Por isso, questiono a política de privatização, porque os consumidores ficam reféns”, falou Kemp.
Para João Henrique (PL), é preciso união dos deputados para resolver os problemas dos consumidores. Ele sugeriu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a alteração da legislação sobre cobrança de tributos ou a produção antecipada de prova.
O vice-presidente da Casa de Leis, deputado Renato Câmara (MDB), destacou que a Energisa é apenas uma parte do sistema elétrico do País, que é dividido em geração, transmissão e distribuição. “A concessionária Energisa é apenas um elo da corrente. Devemos debater todas as etapas, inclusive a desburocratização da venda da energia e o monopólio estrangeiro”.
Com informações Alems