Nova empresa terá permissão de implantar parquímetros nos bairros

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Foto: Marcos Maluf

Medida foi anunciada pela Agetran e deve ser adotada com o novo projeto de concessão do sistema 

O novo projeto de estacionamento rotativo, que prevê a retomada do serviço no centro de Campo Grande, além da ampliação do número de vagas concedidas a uma empresa privada segue aguardando o aval do Legislativo municipal e sem data para sair do papel. Contudo, em entrevista ao jornal O Estado, o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine Bruno, adiantou que a nova empresa que vai comandar o sistema ganhará também pelo menos três bairros de Campo Grande. Uma vez que a proposta é a de levar os parquímetros para os bairros Moreninhas, Aero Rancho e Pioneiros.

O diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine Bruno, em entrevista ao jornal O Estado, revelou que o novo contrato deve incluir a instalação dos estacionamentos privativos em ruas de alguns bairros como Moreninhas, Pioneiro e Aero Rancho onde se concentra o maior número de comércios.

“É um projeto que logo deve ser ampliado, a intenção é melhorar a rotatividade principalmente nas ruas Ana Luísa de Souza, no bairro Pioneiros, e Raquel de Queiroz, no Aero Rancho”, afirmou.

Equipe de reportagem do jornal O Estado foi até os bairros citados para repercutir o novo projeto com os comerciantes. Emilson Dauzacker tem uma loja de açaí há oito anos no bairro Moreninhas. Questionado sobre o estacionamento rotativo, o comerciante ressalta que não é vantajoso. “Não vai funcionar e também não tem necessidade, perderemos clientes, estamos retomando após a pandemia. Se a clientela tiver que parar para consumir açaí e pagar pelo estacionamento, o movimento vai diminuir drasticamente”, avaliou.

Outro comerciante, Jackson Rios, que tem uma loja de produtos diversos nas Moreninhas há mais de 30 anos, revela que não acredita que este seja o momento de ter um estacionamento privado. “Não tem necessidade, tem muitas vagas nas ruas laterais, e sabemos que não é o perfil dos clientes pagarem por estacionamento em bairro”, afirmou.

Por outro lado, para Yougdns Augustin, 37, que tem um comércio na rua Ana Luísa de Souza, no bairro Pioneiros, há sete meses, ele afirma que o estacionamento privativo é indiferente. “Não atrapalha meu comércio os veículos estacionados aqui, na via.”

Mesmo destacando que o estacionamento não é um problema para a região, Carlos Eduardo tem uma loja de chaveiro, também na rua Ana Luísa de Souza e afirma que não faz diferença ter uma empresa para cuidar dos veículos estacionados, mas que a exigência e o novo custo podem impactar as vendas. “A via é larga e nunca atrapalhou,talvez se tiver que pagar os clientes ‘sumirão’”, disse.

No bairro Jardim Aero Rancho, Zilva Ferreira, tem uma padaria na rua Raquel de Queiroz há mais de 22 anos, confirma que o estacionamento rotativo pode beneficiar o fluxo de clientes. “A rua é estreita, toda semana tem acidentes, talvez um estacionamento rotativo resolveria o problema. Pessoal estaciona e esquece o carro aqui”, afirmou.

Estudo e execução 

Questionado pelo jornal O Estado, o vereador André Luis Fonseca, conhecido como Professor André, explicou à reportagem que é favorável ao estacionamento privativo em alguns bairros da Capital, desde que seja feito antes um estudo técnico entre moradores e comerciantes. “Eu acho uma boa ideia, desde que tenha um estudo para isso”, finalizou.

Vale lembrar que no dia 16 deste mês, os vereadores votariam o projeto de lei n. 11.105/23, da Prefeitura, que autoriza o Poder Executivo Municipal a proceder à concessão para exploração do Sistema de Estacionamento Rotativo Pago nas vias de Campo Grande. Contudo, diante da necessidade de modificações nas exigências para a licitação, o projeto segue com a prefeitura da Capital.

Conforme já noticiado pelo jornal O Estado, de acordo com a Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande), após a efetivação da licitação que vai escolher a nova administradora dos parquímetros, o centro de Campo Grande deve ganhar mais 4 mil vagas de estacionamento, além das 2.200 que já existem e foram comandadas por 20 anos pela empresa Flexpark.

O último contrato com a empresa que administrava o estacionamento nas ruas do centro da cidade foi encerrado em março do ano passado. Até então, o valor cobrado por hora era de R$ 2,75, e agora, conforme a Agereg, haverá um aumento de 60% no valor, o que o elevará para R$ 4,40. Diante disso, o vencedor poderá faturar, aproximadamente, R$ 6 milhões por mês, apenas na região central.

Por – Thays Schneider.

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