Por Rogério Alexandre Zanetti
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou na sexta-feira – 20 de outubro -, a Lei nº 17.701, que trata de diversas questões de interesse dos povos originiários. A mais polêmica questão dessa Lei, é justamtente o voto sobre a tese do Marco Temporal, que ainda vai ser discutida e amplamente debatida pelo Congresso Nacional e a socidade brasileira.
Dentre as questões mais interessantes do texto aprovado e sancionado, encontra-se o capítulo que libera por parte do Governo e suas instituições, como a FUNAI, para que indígenas ganhem dinheiro explorando sua terra, principalmente com a agricultura e a pecuária.
Urandir Fernandes, CEO do Ecossistema Dakila, explica que há algum tempo o instituto de pesquisas de caráter mundial mas com sede em Corguinho-MS, vem promovendo esse debate, de forma ampla e democrática, ouvindo os povos indígenas em todas as sus complexidades e especificidades. Para isso, foram promovidos debates, lives, encontros temáticos de trabalho e também trabalho de campo, com a visita de técnicos do instituto às comunidades indígenas para apoio de campo direto ao plantio e criação em todo o Brasil.
“O projeto Voz das Etnias se propôs a ouvir os indígenas, que nos trouxeram suas demandas e angústias, e procuramos nos colocar como parceiros desde o início. Por isso, entendo que a promulgação da referida Lei é reflexo da luta das lideranças indígenas, das quais somos parceiros de primeira hora”, comemorou o CEO de Dakila.
Para promover essas atividades, Urandir recebeu na sede de Dakila, no Recanto Havalloon em Corguinho, dezenas de caciques e “cacicas” (sim, existem líderes indígenas femininas), alargando a parceria. Nesse sentido, a entidade sul-mato-grossense assumiu compromissos reais, que vem se consolidando, como acompanhamento técnico, instalação de torres de internet nas comunidades indígenas e doações de sementes e veículos utilitários. Urandir lembra que o projeto também conta com importante parceiro, que ajudou a viabilizar as atividades de campo e estabelecer bons debates a respeito da autonomia financeira dos povos indígenas. “Contamos muito com a colaboração, desde o início, da Agro Indígena, entidade com sede em Brasília, que é dirigida pela Engenheira de Alimentos Elisângela Lima. Juntos, construímos juntos esse projeto incrível”, ressaltou Urandir.
“Estamos felizes com a Lei sancionada, sabemos ser resultado de nossa luta e de muita gente por todo o Brasil; e também sabemos ser apenas o começo de grandes lutas e conquistas que estão por vir. Lutemos, e vamos chacoalhar o mundo”, finalizou Urandir Ferreira.