Confira a coluna ‘Conectado’

bosco martins
Foto: Acervo Pessoal

Loba 

A revista “Piauí” desta semana traz matéria especial com mais de nove páginas com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS). A reportagem assinada pela jornalista Consuelo Dieguez tem uma foto ampla com a ministra de cotovelos na mesa e as mãos no queixo com a chamada: Simone Tebet, a loba solitária do governo Lula. A reportagem traça um cenário interessante da política de MS, por meio da trajetória de Simone, desde o seu início, como prefeita de Três Lagoas até o segundo turno, depois de declarar o voto em Lula, quando se engajou na campanha do petista, desafiando duplamente os bolsonaristas de Mato Grosso do Sul, relevando-se o fato de o Estado ter forte influência do ex-presidente Jair Bolsonaro e com o seguinte subtítulo: Simone Tebet, “estrela” entre petistas e “traidora” em Mato Grosso do Sul. 

Loba 1 

A jornalista entrevista várias personalidades da política, passando por lideranças de seu próprio partido e outros, ministros, cientistas políticos, empresários do agronegócio, lideranças indígenas, seu marido e atual secretário chefe da Casa Civil, Eduardo Rocha (MDB). Ela conta que conheceu Eduardo quando tinha 18 anos. Ele estava com 22 e trabalhava como assessor do pai dela, em Três Lagoas. Os dois namoraram durante sete anos e estão casados há 27. A jornalista narra que encontrou com que Eduardo Rocha, de 57 anos, é um sujeito simpático e bonachão, ao contrário da ministra, que embora educada no trato, é sempre séria, formal e contida. Ele vestia camisa roxa e calça jeans, um jeito de vestir incomum para um político de gabinete: “Eu sou simples assim mesmo”, disse, sorrindo com um forte sotaque sul-mato-grossense: “Simone e eu temos estilos diferentes de fazer política” – ele tratou logo de esclarecer: “Eu não tenho a capacidade intelectual nem a capacidade de discurso que ela tem. Então, tenho que fazer política no chão. Já a Simone, se sobe num palanque e faz um comício ganha votos. Não tem pra ninguém.” A admiração de Eduardo Rocha por Tebet beira a idolatria, segundo amigos do casal, conforme escreve a jornalista. 

Loba 2 

Na narrativa da reportagem, a jornalista ainda descreve que perguntou para Simone Tebet se ela se sentia uma loba solitária: “Olha, no governo não. Mas na política, sempre fui”, disse, explicando que vem de um Estado conservador, em que a mulher tem que brigar muito para ser ouvida, inclusive dentro do próprio partido. “Se a mulher fala alto, ela é professora de Deus. Se fala baixo ou fica calada, é fraca. Nunca está bom, não pode ter opinião própria. Eu sou uma pessoa fácil de ceder nas ações, mas não nas minhas convicções”, disse Simone. “Loba solitária eu me sinto até hoje. Sou uma pessoa politicamente muito só. Mas sou assim. Já me acostumei”, finalizou. 

Tereza Cristina 

…Entre homenagens da Câmara Municipal de Campo Grande e do Agro, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) passou praticamente a semana que antecedeu o feriado em eventos locais e despachando, da sede do partido Progressistas com seu fiel escudeiro, o dirigente partidário Marco Aurélio Santullo e Sidilei Alves. Eles receberam diversas lideranças do interior, mirando discussões e avaliações sobre as eleições do ano que vem e seus prováveis candidatos nos municípios de MS, onde o PP visa um crescimento em seu número de prefeitos e vereadores. Passaram pela sede do partido, na rua Zezé Flôres, 1.006, bairro Santa Fé, as seguintes lideranças: prefeito Ademar Dalbosco, de Laguna Carapã; o chefe de gabinete Gustavo Lopes, os vereadores Alex Cordeiro, Marcio Guiterrez, Demilson Dias e Valmir; a vereadora Alessandra, Thiago Dalbosco e Edson de Oliveira, entre outros. 

Reforma 

…E o governador Eduardo Riedel (PSDB-MS) esteve na semana, reunido com os governadores do PR, RS, SC e solicitando ao relator da reforma tributária, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), a inclusão de benefícios que compensem perdas estaduais. O relator vai apresentar o parecer da proposta somente no próximo dia 24. A decisão adia novamente a entrega, que estava prevista para esta semana, posterior ao feriadão. Pelo novo cronograma, fechado com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), após a leitura do relatório na CCJ, haverá um prazo de uma semana para vista. Devido ao feriado de Finados, na semana seguinte, a votação foi marcada para os dias 7, 8 ou 9 de novembro. O objetivo é tentar votar o texto na CCJ e no plenário no mesmo dia. A proposta foi aprovada na Câmara, no início de julho. 

CPMI 

Foram mais de cinco meses de depoimentos, brigas e frases de efeito, mas a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos golpistas de 8 de janeiro deve terminar na próxima quarta-feira (18), com frustração tanto entre governistas quanto oposicionistas. Os dois depoimentos mais desejados de cada lado – do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Justiça, Flávio Dino – não foram tomados. Também não foi ouvido o general Braga Netto, apontado na delação do tenente-coronel Mauro Cid como ligação entre o governo anterior e os golpistas. A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), prepara seu parecer com uma série de lacunas, mas diz a interlocutores contar com elementos para pedir o indiciamento de Bolsonaro.

Por Bosco Martins.

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