O projeto segue na fase de ouvir as ideias e dificuldades de cada região
Com o plano estadual de Economia Criativa, a projeção é de dobrar o PIB (Produto Interno Bruto) no setor de Mato Grosso do Sul. Segundo a Superintendência de Economia Criativa, atualmente, no Estado, é de 0,8 e deseja-se chegar a 1,6, nos próximos quatro anos.
“Nós queremos construir um plano que seja a cara de Mato Grosso do Sul, com as peculiaridades de cada região, para que isso possa, realmente, ser um plano que vai espelhar a nossa rica diversidade. A nossa meta é ambiciosa. Queremos dobrar o PIB da economia criativa até 2026, que hoje, no Estado, é de 0,8. Queremos transformar, até 2026, em 1,6”, calcula Décio.
A empreendedora Adriana Suzan Apodaca faz parte da Associação Pantanal Corumbá Produz, composta por 22 associados. Corumbá, inclusive, foi palco de encontro do lançamento da Economia Criativa, no dia 3 de agosto. Ela comenta sobre a importância de fazer parte do projeto que investe e acredita neste tipo de economia.
“Hoje, damos oportunidades de espaço para a exposição dos produtos de nossos associados. Participar do planejamento para a construção de iniciativas, em prol da economia criativa, vai nos abrir portas, para que nossos artesãos e produtores rurais tenham mais visibilidade. Saímos do anonimato, da produção caseira para o Estado todo. Com essa participação deixamos de ser invisíveis, com esperança de um futuro promissor para cada um de nós, da nossa associação e de sociedade corumbaense”, salienta.
Nos encontros, dentro do Estado, são discutidas as potencialidades e eventuais dificuldades de cada região. A Superintendência de Economia Criativa conta com parceiros como Sebrae, Sesc e prefeituras municipais. O projeto quer alcançar todos os 79 municípios e, para isso, está realizando encontros no oeste, sul, fronteira, norte, centro, oeste e Costa Leste de Mato Grosso do Sul.
“A economia criativa, na verdade, sempre foi muito importante para o desenvolvimento econômico sul- -mato-grossense, no entanto estamos seguindo uma tendência do mercado mundial quando olhamos as oportunidades de ganhos competitivos e incluímos em nossas ações nuances da economia colaborativa, setores afins se organizando em torno de um propósito maior, uma grande coalizão. Aqui, são alinhados e documentados os principais interesses de cada segmento, tudo isso num esforço conjunto entre os setores público e privado, com a condução da Setesc e o Sebrae/MS”, destaca a analista-técnica do Sebrae/ MS, gestora do Programa Economia Criativa, Daniele Muniz da Silva Vieira.
Programação
Num primeiro momento, a superintendência visita as regiões, apresenta o trabalho e, posteriormente, retorna para realizar os encontros regionais, onde são colhidas as propostas para o plano. Dentro da programação também estão inclusas atrações culturais, apresentações e estandes de criativos, além da realização de oficinas.
Depois de finalizar os encontros regionais, todas as proposições serão debatidas em Campo Grande, no dia 5 de dezembro, no Encontro Estadual. Data em que será formalizado o plano, para posterior envio do projeto de lei à Assembleia Legislativa.
Para este mês, as datas dos encontros serão: Regional Sul – Naviraí (14); Fronteira – Ponta Porã (20); Regional Norte – Rio Verde (27).
Plano estadual
Para a construção do plano, serão promovidos oito encontros regionais, entre 31 de agosto e 21 de novembro, para colher propostas junto às comunidades criativas de cada cidade, ouvindo secretários municipais e colaboradores das áreas Turismo, Cultura, Esportes e Meio Ambiente, artistas, artesãos, realizadores de eventos, de festas tradicionais e de festivais, designers, publicitários, arquitetos, professores, empreendedores, agentes, gestores e produtores criativos, entre outros das áreas da gastronomia, moda e tecnologia.
Criatividade e economia caminham juntas
Em fase de construção, a primeira legislação a respeito da economia criativa é o grande passo para fazer de MS o Estado pioneiro no desenvolvimento do setor. Décio Coutinho explica que o conceito de economia criativa envolve uma economia humanizada, que valoriza os talentos, o território, mas, acima de tudo, as pessoas.
“Todos os dias me perguntam o que é economia criativa e eu trago esta foto, de uma viola de cocho. Tem valor cultural aqui? Tem valor econômico? Tem tecnologia? Lembrem-se sempre: aqui tem valor cultural, econômico e a tecnologia do saber fazer do artesão. E se tem cultura, economia e tecnologia, isso é economia criativa”, apresenta o superintendente.
O secretário de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Marcelo Ferreira Miranda, enfatiza que a economia criativa tem espaço em MS.
“Sabendo que a questão da geração de emprego e renda está cada vez mais difícil, com as grandes empresas vindo e todo o processo de automação, gera-se menos emprego. Sem dúvida nenhuma, o grande caminho é a economia criativa e não tem como falar dela sem falar de cidadania, sem falar de geração de renda, um dos grandes objetivos do nosso plano estadual”, acredita Marcelo.
Por – Suzi Jarde
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