Defasagem no preço da gasolina já ameaça preço de R$ 4,99 nos postos

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Foto: Nilson Figueiredo/Jornal O Estado MS

Valor é visto com frequência nos estabelecimentos; realidade pode mudar nos próximos dias

A defasagem no valor dos combustíveis entre 13% a 24%, segundo últimos dados da Abicam (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), tem levantado questionamentos ao consumidor sobre o aumento no valor da gasolina, em Campo Grande. A média apontada é de R$ 4,99, de acordo com pesquisa feita pelo jornal O Estado, em setes postos em regiões diferentes da cidade.

Apesar do cenário instável, o diretor-executivo do Sinpetro/ MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, tranquiliza a população quanto ao aumento dos preços.

“Por enquanto, o mercado está tranquilo em nosso Estado, é óbvio que há uma pressão para subir os preços, principalmente o do diesel S-10, que no mercado interno está defasado em quase 30% do mercado internacional, tornando impossível a importação”, continua.

Questionado se essa defasagem, impacta, de alguma forma, os consumidores da gasolina, por exemplo, Lazarotto foi bem categórico: “Esse é um problema de mercado externo com o interno, que a Petrobras terá de resolver”.

Reflexo

O professor de economia Marcio Coutinho explicou o que a defasagem representa para os consumidores e para algumas empresas do ramo.

“O preço está abaixo do mercado internacional. Por um lado, isso é positivo para o consumidor, que vai ter um produto mais barato. Porque se tivesse acompanhando a paridade internacional possivelmente os preços estariam mais altos. Por outro lado, o da empresa, ela tem um faturamento menor – se o preço está menor sua receita será menor. Temos que olhar as duas situações: o lado do consumidor e o da empresa”, destacou.

Com o cenário atual, se uma distribuidora dos combustíveis não estiver em boas condições financeira, a defasagem impactará de forma negativa em seu orçamento, segundo explicou o economista. “Para o consumidor, isso é bom. Agora a empresa teria que verificar como estão seus custos, projeção de faturamento com relação ao futuro, para analisar que impactos isso poderia gerar no resultado da empresa ou seja, possivelmente haverá uma redução de faturamento, consequentemente, a lucratividade vai aumentar ou diminuir.”

Entenda

A Petrobras relatou ao conselho de administração, no dia 29 de julho, uma defasagem de 13% nos preços da gasolina, em relação ao mercado internacional. Os preços do gás de cozinha e do diesel, porém, estariam alinhados ao cenário global.

Ao colegiado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a empresa não tem mais compromisso em seguir a política de paridade internacional desde a aprovação das novas diretrizes de preço, em maio. Prates também não explicou se e quando a defasagem será corrigida.

A defasagem é a primeira da nova política de preços implantada pelo presidente da estatal, em meados de maio. O chamado PPI, ou Preço de Paridade de Importação, estava em vigor desde 2016 e alinhava o valor cobrado no país às variações do mercado internacional. A promessa, na época, era de que o fim da paridade faria com que os preços abaixassem nas bombas.

Preços

Em Campo Grande, o valor da gasolina nas bombas permanece congelado em R$ 4,99. Como é o caso de um dos postos localizado na avenida Fernando Corrêa da Costa com a rua 14 de Julho. Outro, na avenida Afonso Pena com a rua Doutor Arthur Jorge também pratica o mesmo valor.

Um localizado na avenida Mato Grosso com a Alfredo Rossini segue esse preço. Outros dois, localizados, um na avenida Coronel Antônino com a avenida Caxias do Sul, e outro ainda na Coronel Antonino, no cruzamento com a avenida Mascarenhas de Moraes cobra os mesmos R$ 4,99.

Na avenida Cônsul Assaf Trad com a avenida Ana Rosa Castilho, o valor encontrado é o mesmo.

Por Rayani Santa Cruz 

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