A Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) intensificará as ações neste mês de agosto, o “Agosto Lilás”, mês de combate e enfrentamento à violência contra a mulher, de acordo com a delegada títular, Elaine Benicasa.
“É importante frisar que a Deam, enquanto Polícia Civil, intensifica essas ações no mês de agosto. Porém, durante todo o ano realizamos diversas atividades justamente para o combate, enfrentamento da violência contra a mulher “, assegurou.
Ainda segundo Benicasa, o objetivo do “Agosto Lilás” é justamente conscientizar a população, divulgar a lei Maria da Penha e levar informações sobre os serviços especializados, sobre os canais de denúncia e sobre as políticas públicas criadas disponíveis a todas as mulheres.
Conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), neste ano o Estado já soma, até o último dia 31 de julho, mais de 1,2 mil ocorrências de violência doméstica e 16 casos de feminicídio.
Rede de atendimento
Segundo o governo, em Mato Grosso do Sul, as ferramentas para atendimento à mulher vítima de violência vão desde canais para denúncia on-line e solicitação de medida protetiva ao atendimento pelo WhatsApp e o Ceam (Centro Especializado de Atendimento à Mulher), para as mulheres em situação de violência.
A subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Cristiane Sant’Anna Oliveira, explica que o compromisso do Estado é fortalecer todo o trabalho da rede. “Dar melhores condições para que estes serviços sejam realizados, capacitando os servidores para acolhimento a essas mulheres”, pontua.
A delegada Sidneia Tobias, atual coordenadora do Ceam em Campo Grande, recorda que sempre esteve do outro lado, atuando na segurança pública e hoje está à frente de um serviço de política pública.
“É uma política pública extremamente séria. Por aqui passam mulheres sobreviventes, todas as que são vítimas de violência e têm conhecimento do serviço efetuado pelo Ceam, que atua prestando acolhimento, fazendo acompanhamento psicossocial e não existe um prazo para a mulher encerrar a terapia. O tratamento é feito até que ela esteja pronta para enfrentar os desafios da sociedade”, ressalta Sidneia.
O Ceam atende mulheres vítimas da violência doméstica ou qualquer outra agressão por causa do gênero. Lá, a mulher primeiro passa por uma triagem para depois ser atendida por psicólogas e assistentes sociais. Tudo para dar a informação necessária para que ela saia da condição de vítima de violência doméstica. O centro também é responsável por fazer encaminhamentos de mulheres para a Casa Abrigo.
Promuse
O Promuse (Programa Mulher Segura da Polícia Militar) foi institucionalizado em 2018 e tem como objetivo auxiliar as mulheres vítimas de violência doméstica, com foco em prestar todo o suporte necessário para o rompimento do ciclo da violência.
A equipe de policiais militares do Promuse fiscaliza as medidas protetivas de urgência, realiza palestras visando a prevenção primária, além de auxiliar o Judiciário e o Ministério Público por meio de relatórios de riscos individuais.
A comandante de equipe da Coordenadoria Estadual do Promuse, a sargento Aline Furtado van Onselen, explica que este auxílio na tomada de decisões do Judiciário é para resguardar a integridade da vítima.
“O Promuse é aquele atendimento que escuta, estabelece condições para que desperte o compromisso e o respeito à igualdade de gênero, identificando os diversos tipos de violência, esclarecendo para a mulher os princípios dos Direitos Humanos, proporcionando um atendimento compreensivo e digno”, enfatiza.
O programa atende em 18 municípios de Mato Grosso do Sul, com monitoramento e proteção das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Para acionar, basta ligar 190.
Feminicídio
O último caso registrado em Mato Grosso do Sul ocorreu na madrugada do último domingo (30), em Dourados. Valéria Carrilho da Silva, 35 anos, morreu após ter o corpo incendiado. A vítima foi encontrada em estado grave por equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, chegou a ser socorrida e encaminhada para o Hospital da Vida, onde não resistiu aos ferimentos.
Segundo a equipe de perícia, as queimaduras atingiram o pescoço, mãos, tórax, orelhas, rosto, olhos, boca, cabelo, testa e diversas queimaduras na altura do umbigo para cima. O autor, ex-marido de Valéria, foi preso por equipe da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) em uma construção, na região central de Dourados, ainda no domingo.
Por – Rafaela Alves
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