Nova Política de Preços da Petrobras “caminha” a passos lentos até fazer efeito ao consumidor

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Foto: Arquivo/Agência Brasil

A mudança na Política de Preços da Petrobras, anunciada em maio, ainda não tem tido efeito significativo ao consumidor. A queda esperada para a gasolina ainda está a passos lentos, tendo em vista que o “sobe e desce” tem sido recorrente.

O economista Eugênio Pavão lembra sobre o retorno da cobrança dos Pis/Pasep e Cofins, a partir do dia 1° de julho. “Assim, vamos ter um impacto no custo de vida da população, por causa do efeito causado pela alta dos combustíveis na bomba. Em resumo é isso, governo recuperando arrecadação federal, após diversas alterações para cima e para baixo em 2023. Um aumento de despesas com o item transporte, que será compensado com redução do consumo de algum outro bem para o consumidor”, destacou.

Na visão do economista Enrique Duarte, o consumo tende a aumentar mais. O profissional já é um pouco mais otimista quanto ao cenário. “Mesmo com o aumento do ICMS no início do mês de junho, o combustível não aumentou muito. O consumo com isso permanece e até tende a aumentar mais. Também na inflação o efeito não foi sentido. Os preços na economia continuam estáveis e as perspectivas até para o próximo ano é de estabilidade. E esta expectativa foi realizada pelo próprio mercado financeiro”, disse. Ainda na visão do economista, outro fator que ajuda é a pequena valorização da moeda nacional. “Como o país importa combustíveis refinados, a moeda valorizada auxilia nos custos do

petróleo, com isso, não se vislumbra uma elevação dos preços até fim deste ano. A não ser os pequenos ajustes que o mercado faz, mas esse ajustes serão mínimos porque nem todas as distribuidoras aumentarão seus preços”, completou.

O jornal O Estado visitou sete postos de combustíveis da Capital, para que gerentes ou responsáveis pudessem esclarecer sobre a nova Política de Preços da Petrobras, mas apenas dois quiseram conversar. No entanto, eles não souberam se aprofundar no assunto.

 

O que levou à Nova Política?

Mais competitividade do mercado regional, custo de produção interna, custo de refino do petróleo, e margem de lucro são os principais fatores levados em consideração com a nova política de preços da estatal Petrobrás. Isso significa cessar a subordinação dos valores ao preço de paridade de importação. No novo modelo, a Petrobras não ignora totalmente o mercado internacional, mas o farão com base em outras referências para cálculo como as referências do mercado interno. A nova política sinaliza um esforço de mediação entre os interesses dos acionistas e o papel social da estatal defendido pelo governo, voltado para atender a expectativa do consumidor brasileiro por valores mais baixos. “Nosso modelo vai considerar a participação da Petrobras e o preço competitivo em cada mercado e região, a otimização dos nossos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável”, afirmou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, segundo nota divulgada pela empresa.

 

[Suzi Jarde– O ESTADO DE MS]
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