Após operação, vereadores sugerem CPI para investigar obras públicas

Foto: Reprodução/CMCG
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Após o início da investigação instaurada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), com o objetivo de investigar crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, a intitulada operação

Cascalhos de Areia, parlamentares da Câmara Municipal de Campo Grande sugeriram a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para fiscalizar a manutenção de vias sem asfalto e locação de maquinários que gerou prejuízo de R$ 300 milhões, em contratos da prefeitura.

A sugestão para a instauração da CPI veio do vereador Marcos Tabosa (PDT), mas, para que o pedido seja concretizado, o parlamentar precisa que, pelo menos, dez outros vereadores concordem e assinem o documento, entretanto, até o momento, apenas quatro se manifestaram positivos à investigação, sendo eles: Professor André Luís, Valdir Gomes, Luiza Ribeiro e Tiago Vargas.

Em seu discurso, Tabosa explicou que o pedido de inquérito foi elaborado com base nas evidências do MPMS, sob a justificativa de possível desvio de dinheiro. “Os vereadores solicitam melhorias para as ruas dos bairros de Campo Grande quase todos os dias, mas, com as evidências do Ministério Público, que mostram desvio dedinheiro, não será possível, por ora, atender a essas demandas”, disse.

O parlamentar ainda chamou a atenção para as diversas discussões para reajuste dos servidores que não tiveram sucesso junto com a prefeitura, além do atendimento problemático nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). “Se a investigação continuar, descobrirão muito mais. Por isso, nós precisamos que essa CPI seja instaurada, para evitar que mais dinheiro seja desviado.” Já a vereadora Luíza Ribeiro (PT), que assinou o requerimento junto com Marcos Tabosa, ressaltou que, diante da gravidade das denúncias, é preciso acompanhar as investigações.

“A Casa de Leis é o órgão fiscalizador das ações desenvolvidas pelo poder Executivo municipal e, pelo que já foi apresentado, a situação é grave. Nós queremos e precisamos acompanhar”, salientou Luiza Ribeiro.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Campo Grande reforçou que a investigação é realizada pelo Ministério Público e tramita sob sigilo. “O município de Campo Grande não tem conhecimento dos termos da investigação e continua à disposição dos órgãos para fornecimento de dados, informações e esclarecimentos.”

RELEMBRE O CASO

A operação Cascalhos de Areia consiste em uma investigação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da 31ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social de Campo Grande, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), que apura a atuação de possível organização criminosa estabelecida para a prática de crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos junto ao município, que ultrapassam o valor de 300 milhões de reais.

Entre as investigações, o MPE apura que cinco construtoras simulavam contratos de locação de máquinas e manutenção de vias não pavimentadas para desviar dinheiro do município. Os acordos somam R$ 405 milhões. 

 

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