I Prêmio Ipê de Artes Visuais apresenta exposição “Água Viva” da artista Isabê nesta terça-feira

Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande
Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande

A inauguração da exposição “Água Viva” marca o resultado do Trabalho de Conclusão de Curso da graduação em Artes Visuais da artista Isabê. Após uma pesquisa aprimorada ao longo de três anos, a artista apresenta suas técnicas inovadoras, incluindo o uso do tecido sem o material “chassis” e a incorporação da terra como elemento pictórico dentro das pinturas.

A exposição dos premiados no I Prêmio Ipê de Artes Visuais, irá acontecer hoje (30/05), revelando o desdobramento dessa pesquisa que se desenvolveu ao longo do tempo. No total, são exibidas 10 pinturas e uma escultura, totalizando 11 obras. A escultura estabelece uma relação íntima com as pinturas, extrapolando os limites da pintura tradicional. Muitas das pinturas são apresentadas sem moldura, com costuras e retalhos, um processo complexo que envolveu etapas minuciosas na criação das obras.

O título “Água Viva” é uma referência à obra da escritora Clarice Lispector, que dialoga com a prática artística da pintura. A pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso explorou a escrita, mas também incorporou a pintura como proposta central. As obras expostas abrangem os anos de 2021, 2022 e 2023, carregando consigo o amadurecimento da artista ao longo desse período.

“Água Viva” é uma oportunidade única para apreciar o resultado de uma pesquisa artística de três anos, que culminou em obras que transcendem os limites da pintura convencional. Através da utilização de técnicas inovadoras e diálogos com a escrita, a artista apresenta sua visão única e expressiva no universo das Artes Visuais. A exposição estará aberta ao público durante um período determinado, proporcionando uma experiência enriquecedora para todos os amantes da arte.

A exposição “Água Viva” é o resultado de uma busca incessante pela expressão da mancha como gesto artístico, combinando materiais como terra e tecido e explorando os limites do suporte artístico. Isabê costura afetos e emoções, criando uma narrativa visual envolvente e impactante. 

Ana Espinosa Horn, arte educadora, atelierista e curadora, oferece um olhar crítico e envolvente sobre o trabalho de Isabê. Suas palavras refletem a magnitude do impacto dessa exposição e a maneira como ela desafia as convenções estabelecidas, convidando-nos a explorar a complexidade das experiências humanas.

Confira a produção textual da atelierista sobre as obras de Isabê:

“A galeria se torna o palco de uma experiência singular, onde os vislumbres oferecidos pelo corpo sem órgãos de Isabê se espalham diante dos olhos curiosos. Um corpo que explodiu, que transcende o limite do real e convida a adentrar um rio de qualidades que desafia o convencional. Epopéias em ruínas de aço e cimento se desdobram diante de nós, enquanto por muito tempo desconectamos o corpo, dominados pela palavra que nos definiu desde o princípio dos tempos.

Agora, as máquinas que nos arrastam ao longo de uma vida inteira entram em greve, desafiando nossa neurose de sermos apenas um, dois, ou quantos for necessário para sermos ouvidos como aqueles que encaramos no abismo do espelho. Se encaro o primeiro mundo, ele me encara de volta? Ou será que exalo um aroma excessivamente rural? O concreto parece ver com ingenuidade aquilo que é materno para ele.

Um corpo explodiu aqui, e suas formas jorraram pelos espaços da sala, cada membro encontrando seu lugar em uma parede, cada pedaço ecoando uma voz única, todas compartilhadas pela mesma boca. No breu da noite, a artista sussurra: “Um me dá tesão, mas o outro é mais objeto”. Cada tela é um espelho que reflete a essência de uma encruzilhada geográfica. A água precisa da terra para ser viva. Entre teorias de avós e rastros, Isabê canta de volta à voz que nunca percebeu que pode parar de se performar: “Quebrei o corpo que vocês me juraram ter”.

Um corpo com um nome que antecede sua própria morte se espalha pelos espelhos, convidando a todos para escutarem as curvas de um rio que seca apenas para trazer vida e transbordar novamente. Essa é a mensagem profunda e transformadora que Isabê nos traz em sua exposição.”

“Guerra a Certos Adjetivos” é mais do que uma exposição de arte, é um convite para uma jornada emocional e introspectiva, na qual somos desafiados a questionar nossas próprias definições e limitações. A arte de Isabê nos leva além dos rótulos e nos convida a olhar para além das aparências superficiais, encontrando significados mais profundos e conexões genuínas. Não deixe de visitar essa exposição transformadora e descobrir os caminhos que se revelam diante de seus olhos.

Serviço:

A Galeria de Vidro, localizada na Plataforma Cultural (Avenida Calógeras, 3015 – Centro), será o palco dessa mostra extraordinária. A partir das 19h, os visitantes terão a oportunidade de apreciar as obras de arte de Isabê, imergindo em sua abordagem única e contemplando as diferentes formas de expressão artística. A exposição ficará em exibição até o dia 13 de junho.

A entrada é gratuita, permitindo que o público tenha acesso irrestrito ao universo criativo e sensível da artista. Não perca a chance de vivenciar essa experiência única e mergulhar na riqueza da arte visual contemporânea. Venha conhecer a exposição “Água Viva”, da artista Isabê, e permita-se ser cativado por sua expressão artística singular.

 

Confira no post um pouco do que será exibido na exposição:

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por isabê (@isabeab)

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *