Do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano (Corumbá), para um concerto inteiro em homenagem aos 30 anos de Backstreet Boys, em Vitória (ES), essa foi a missão que o violoncelista e maestro sul- -mato-grossense José Maikson encarou, recentemente, como regente da Nova Orquestra e, por isso, está sendo motivo de muito orgulho para Mato Grosso do Sul. Com a participação de músicos da Ocamp (Orquestra de Câmara do Pantanal) e do programa Vale Música (projeto autoral do Instituto Cultural Vale), a Nova Orquestra é a 1ª orquestra 100% pop do Brasil, que busca apresentar shows e projetos com repertórios inéditos e criativos, e agora se apresentou no encerramento da turnê “Everybody”, reunindo os grandes hits dos Backstreet Boys, homenageando a história da banda.
Com a turnê “Everybody”, a Nova Orquestra rodou quatro Estados brasileiros para apresentar as músicas inesquecíveis de Backstreet Boys, como “Everybody”, “As Long as You Love me”, “Quit Playing Games” e “I Want it That Way”. Devido a um imprevisto familiar com o maestro titular Eder Paolozzi, José Maikson foi o regente substituto na apresentação de encerramento da turnê, unindo os músicos do conjunto e do programa Vale Música. Para ele, a oportunidade inédita foi um ótimo aprendizado. “Foi uma experiência incrível. Pela primeira vez, tive a oportunidade de reger a Nova Orquestra. A turnê passou por quatro cidades: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e Vitória, sendo que, neste último, fiz a regência do concerto inteiro, do início ao fim. A Nova Orquestra leva muita energia por onde passa, levando ao público um verdadeiro show, com muita música, dança e interação com a plateia”, relata Maikson.
“Até agradeço pelo convite da Nova Orquestra, o maestro Eder Paolozzi me deu essa oportunidade, de reger um espetáculo musical, estou entrando agora nessa área, da regência, então foi incrível”, completa ele, que hoje comanda a Ocamp. As apresentações reuniram 35 participantes do programa Vale Música, sendo 24 do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano e de Serra (ES), e mais 10 integrantes da Nova Orquestra, do RJ. Além de apresentar shows e projetos com repertórios inéditos e criativos, a Nova Orquestra possui um formato diferente do convencional, no que se refere ao comportamento dos músicos durante a apresentação e o maestro reforça essa ideia.
“Nós já temos contato com a Nova Orquestra há alguns anos, eles tem uma proposta de trabalho muito diferente do que a de uma orquestra convencional faz, a ideia de tocar músicas mais populares, voltadas para a banda, puxadas um pouco para o pop, rock. E a ideia é totalmente diferente, a galera levar para o público uma energia muito positiva, forte e divertida. Para os músicos também, tanto que a maioria deles não toca sentado, igual a uma orquestra formal faz, a galera toca de pé, porque realmente o intuito é dançar, curtir o momento da apresentação e o repertório, essa é uma das ideias da Nova Orquestra.”
Estreia em 2019
Estreiando em 2019 na Game XP para mais de 100 mil pessoas, a orquestra também foi atração principal do Palco Sunset do Rock in Rio, no mesmo ano, aonde voltou em 2022, ao lado do cantor Jão e no espetáculo Uirapuru. Ela também foi vencedora do Prêmio Profissionais da Música e já se apresentou ao lado de Rael, Daniel Boaventura, Di Ferreiro, Roberta Campos, Rincon Sapiência, Claudia Leitte e Toni Garrido.
Um grupo de 12 músicos da Ocamp (Orquestra de Câmara do Pantanal) participou da turnê, sendo a primeira vez para alguns deles, como é o caso do Gabriel Ramos. “A experiência foi muito legal. Viajar com o pessoal por um período mais longo propicia maior convivência, aproxima a gente, mesmo. A performance da turnê foi incrível. A Nova Orquestra tem uma outra proposta, que não é igual a das demais. As apresentações são mais extrovertidas, para pular, dançar. Aprendi até a dançar. As palavras que resumem tudo são aprendizados, experiência, troca e diversão”, conta.
Essa é a 4ª vez que a Nova Orquestra e o programa Vale Música lançam um projeto em parceria, sendo a terceira turnê pelo país. Em outubro de 2022 foi realizado o concerto “Dias de Luta, Dias de Glória”, com sucessos da banda Charlie Brown Jr., passando pelo Rio de Janeiro, Brasília, Mato Grosso do Sul e São Luís, com apresentações esgotadas. Já em abril foi a vez de “Exagerado”, concerto em homenagem ao grande Cazuza, que passou por Rio, Espírito Santo, Belo Horizonte e Pará, apresentações igualmente esgotadas.
Orquestra de Câmara do Pantanal
Criada em 2018, a Ocamp integra as atividades do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, que há 18 anos atende a milhares de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, com aulas de dança, música, tecnologia e informática, em Corumbá. Com uma ampla programação de repertórios sinfônicos e camerísticos, clássicos, populares e regionais, a orquestra divulga a música sinfônica e de câmara, inova em propostas educacionais e artísticas, estimula a formação de público e, sobretudo, promove a interação entre o saber produzido no instituto e a sociedade.
“A Ocamp tem um primeiro objetivo de criação de público. Nós estamos localizados na cidade de Corumbá (MS), onde a população nunca teve acesso à música de concerto. Nossa primeira missão é levar esse conceito musical para a população, para que possamos criar a cultura de ouvir e ter acesso a uma orquestra profissional. Ela funciona como uma porta-voz da música nas fronteiras. Estamos localizados na fronteira com a Bolívia, então nosso maior objetivo é expandir nossa cultura para o mundo”, resume o maestro sobre a trajetória da orquestra. No ano passado, alguns músicos da Ocamp integraram a Orquestra Vale Música e estiveram em Dubai. Em outras ocasiões, a orquestra já realizou turnês pelo Brasil e o Femup (Festival de Música de Concerto do Pantanal).
SERVIÇO: Para acompanhar a agenda da Ocamp e o registro das apresentações, acesse o perfil, no Instagram: @ocampms.
Por Livia Bezerra – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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