Há quase uma década, PCD (Pessoas com Deficiência), idosos e a SDHU (Subsecretaria de Defesa de Direitos Humanos de Campo Grande) promovem um evento de conscientização para motoristas que costumam estacionar em vagas destinadas exclusivamente a esse público. Neste ano, o movimento foi realizado na rua 14 de Julho, entre a Av. Afonso Pena e a Barão do Rio Branco, em um ponto estratégico na cidade, para atingir justamente quem costuma transitar pelo centro da Capital.
A ação contou com a participação de pessoas cadeirantes e com outras deficiências e com cadeiras de rodas e andadores estacionados em todas as vagas de estacionamento disponíveis na quadra, como forma de demonstrar a falta de respeito quando não se pensa no direito dos outros cidadãos.
O coordenador da Caped (Coordenadoria de Apoio à Pessoa com Deficiência), Joel Lídio Faustino, explicou, ao jornal O Estado, que é para mostrar às pessoas que essa vaga não é delas nem por um minuto, nem por um segundo que seja.
“Não é para serem usadas as vagas das pessoas com deficiência e dos idosos. Nós estamos aqui para colocar na consciência da população, para não estacionar e respeitar essas vagas. Se ela é destinada a pessoa com deficiência e aos nossos idosos, é porque eles precisam delas”, disse.
Ele destaca, ainda, que é importante, fazer a denúncia, para que as medidas necessárias de punição sejam tomadas.
“As pessoas podem ligar no 156, ou entrar em contato conosco da Caped para relatar e nós repassaremos a denúncia aos órgãos competentes. É complicado, mas é algo necessário de ser feito. Nós criamos agora uma blitz educativa, fomos nos mercados, mas só faltamos apanhar dos infratores, chegamos a pedir para a pessoa desocupar a vaga e a pessoa fala: ‘Tem um monte de vaga aí.’ Então, agora, as próximas blitze não vão ser mais educativas, nós vamos pedir o acompanhamento de um agente da Guarda Municipal e de um agente da Agetran (Agência Nacional de Trânsito), pontuou Joel. Também presente no movimento, estava Ana Lúcia, 48 anos, que é PCD, desde os 9 meses de vida.
Ela conta que, desde quando começou a primeira ação, ela esteve presente e que ações como essas são para informar a sociedade.
“Essas vagas estão em pontos estratégicos, que a gente precisa para estacionar e descer. Se uma pessoa que não tem deficiência utiliza essa vaga, estará tirando da gente. Por exemplo, a faixa zebra existe para a gente abrir a porta e descer uma cadeira de rodas, o espaço tem que ser maior, os pontos são certeiros, aonde existem as vagas. Por isso, quem estaciona nesse lugar ou não tem informação ou não tem sensibilidade com a pessoa com deficiência”, disse.
Ana ainda deixa um recado para os motoristas que costumam estacionar, nesses locais. “Essa vaga vai ser rapidinho para você? Você quer usar essa vaga? E sentar nessa cadeira, você quer? ”, questiona.
Thais Helena, da SDHU (Subsecretaria de Defesa de Direitos Humanos de Campo Grande), explica que, além das ações de conscientização, um ponto essencial é a fiscalização. “Já temos movimentos de conscientização, multa de 7 pontos na carteira, multa em valores que chegam a mais de R$ 200,00”, finalizou.
Por Camila Farias – Jornal O Estado do MS.
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