Após caso de influenza aviária confirmado, setor de MS reforça cuidados

gripe aviária
Foto: Lucas Scherer Cardoso

Doença foi constatada no Espírito Santo e Rio de Janeiro

Após o caso de influenza aviária ser confirmado no Brasil, o setor de Mato Grosso do Sul vai reforçar ainda mais os cuidados com os protocolos sanitários. 

O MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) declarou emergência zoossanitária por 180 dias após a descoberta da H5N1. A decisão foi publicada na última segunda-feira (22), no Diário Oficial da União. Segundo dados da Câmara Setorial Consultiva da Avicultura e Estrutiocultura existem, aproximadamente, 1.200 granjas em Mato Grosso do Sul. 

De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos e coordenador da Câmera Setorial de Avicultura de MS, Adroaldo Hoffmann, a preocupação que Mato Grosso do Sul deve ter é a mesma que ocorre no Brasil. “Precisamos unir todos os esforços necessários para que não ocorram casos da doença em rebanhos comerciais. Caso ocorra, isso alteraria o status sanitário do rebanho nacional.” 

Questionado se haverá intensificações nos protocolos por parte dos produtores, Hoffmann destacou que o Brasil é um exemplo para o mundo em biossegurança há muitos anos e os produtores fazem este controle. “É óbvio que, neste momento, os cuidados serão mais rígidos. Mas, com absoluta certeza, os produtores vão seguir todos os protocolos. Porém, isso não fecha 100% as possibilidades de ocorrer o problema”, pontuou.

Exportações  

“Se ocorrer casos em granjas comerciais, no primeiro momento, isso vai travar as exportações. Nosso Estado têm plantas que produzem com curso maior com tecnologia e manejo direcionados para os mercados no exterior e se travasse a exportação, as consequências seriam péssimas”, explicou Hoffmann. 

Com os casos que foram confirmados em aves silvestres, o país continua sendo considerado território livre de infecção pelo vírus da IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade), já que não existem diagnósticos na produção comercial e para consumo humano. 

No entanto, vale destacar que os frangos e os ovos que estão disponíveis em supermercados não foram impactados. “Lembrando que a população pode ficar tranquila e não precisa ter receio de comer a nossa carne de frango. Esta enfermidade não entrará em nosso rebanho e, caso entre, não há risco à saúde humana”, finalizou Adroaldo. 

Protocolos  

A fim de evitar a propagação de doenças como a gripe aviária, o Adroaldo Hoffmann destaca algumas das medidas adotadas como – ter a área limpa (interna) bem cercada, não permitir a entrada de animais domésticos dentro desta área; não ter alimentos (ração derramada, frutas) fáceis nesta área, para não atrair aves silvestres.

Além de fazer controle de roedores; não permitir entrada de pessoas nas granjas; não permitir entrada de veículos nas granjas. No caso desses dois últimos itens, somente os necessários e as pessoas usando uniformes da granja e, os veículos que fazem a desinfecção do mesmo.

Casos confirmados 

O LFDA-SP (Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo), com unidade de referência da OMSA (Organização Mundial da Saúde Animal) confirmou, na última segunda-feira (22), três novos casos positivos para influenza aviária no Estado de Espírito Santo, que estavam em investigação desde a semana passada. 

Até o momento, são oito casos confirmados em aves silvestres, sendo sete no Estado do Espírito Santo (três ainda aguardando o sequenciamento) nos municípios de Marataízes, Cariacica, Vitória, Nova Venécia, Linhares e Itapemirim e um caso no Estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra.

De acordo com o MAPA, as aves são das espécies Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando), Sula leucogaster (atobá-pardo) e Thalasseus maximus (trinta-réis real). 

O Ministério de Agricultura segue alertando a população que não recolham as aves que encontrarem doentes ou mortas e que acione o serviço veterinário mais próximo para evitar que a doença se espalhe. Não há mudanças no status brasileiro de livre da IAAP perante a Organização Mundial de Saúde Animal, por não haver registro na produção comercial. 

Diante dos casos, a Secretaria de Defesa Agropecuária se articulou para instalar o COE (Centro de Operações de Emergência) para coordenação, planejamento, avaliação e controle das ações nacionais referentes à influenza aviária. 

O grupo será responsável pela coordenação das ações de prevenção, vigilância e cuidado com saúde pública, bem como a articulação das informações entre outros ministérios, órgãos, agências estaduais e setor privado.

Emergência

A medida tomada que declara emergência em território nacional é mais uma medida do Ministério da Agricultura e Pecuária para evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial, bem como para preservar a fauna e a saúde humana. 

“A declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais – nas três instâncias: federal, estadual e municipal – e não governamentais. Todo esse processo é para assegurar a força de trabalho, logística, recursos financeiro e materiais tecnológicos necessário para executar as ações de emergência visando a não propagação da doença”, esclareceu o ministro Carlos Fávaro. 

Desta forma, a Portaria nº 587 também prorroga, por tempo indeterminado, a vigência da suspensão de realização de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves e a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados no MAPA. 

A medida se aplica a quaisquer espécies de aves de produção, ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades.

Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS.

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