Medo do Aedes aegypti faz repelentes desaparecerem das prateleiras

Repelentes
Foto: Nilson Figueiredo

Com medo da dengue e de outras doenças, como a chikungunya, que é causada pelo Aedes aegypti, a malária, que transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, os campo-grandenses estão lotando as farmácias, para comprar repelentes. Sendo assim, o aumento da procura está gerando uma preocupação para algumas drogarias, pois o produto está começando a faltar, nas prateleiras. 

Segundo a Conselheira do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul), Daniely Proença, o aumento dessas doenças tem mostrado uma demanda maior nos repelentes de insetos. “Durante esse período chuvoso e para manter o controle das doenças, a gente tem buscado a conscientização sobre a saúde e produtos que são acessíveis”. 

“Observamos, também, o aumento da adoção de repelentes de insetos baseado em ingredientes naturais. A adoção desses repelentes está aumentando, para evitar problemas como alergias, entre outros. Alguns fabricantes estão criando vários produtos que produzem efeito no ciclo dos repelentes, devido ao conteúdo que existe neles, que, por sua vez, deve significar o aumento no mercado de repelentes de insetos por um período de prevenção”, explica a conselheira. 

Proença afirma ainda que existem vários produtos que são disponibilizados nas drogarias e também existem os pedidos de manipulação. “Temos que analisar a gestante, as crianças e os idosos. A gente já tem percebido que existem esses produtos, mas que estão em falta, no mercado. Isso não impede a população seja atendida pela farmácia magistral, que tem como atender a manipulação desse produto, para ser utilizado pela família.” 

“Além disso, as drogarias relataram que, por conta do aumento nas vendas de repelentes, já existe a falta dos produtos, nas prateleiras da Capital”, finaliza Daniely.  

Duas últimas semanas

A farmacêutica da drogaria Shalom, Michely Ikemuzi, destaca que houve um aumento de vendas de repelente bem considerável, durante as duas últimas semanas, principalmente para as crianças. “A gente não via antes dengue em criança e agora, muitas delas, que estão na faixa de 10 e 12 anos de idade, estão pegando”. 

“As pessoas não têm o costume de usar repelente. Da última semana para cá, a gente viu um aumento na venda do produto. No entanto, a gente tem o costume de tratar a doença e não de preveni-la. Isso acaba sendo algo ruim, pois existem repelentes bons no mercado, que prometem até 16 horas de proteção, só que a população não usa”, salienta a farmacêutica. 

Em relação às vendas, Michely afirma que o aumento é de 30%. “O preço médio varia, de produto para produto. Atualmente, temos o repelente em aerosol, loção e spray, então depende muito do que o cliente pode pagar. Sendo assim, o valor é de R$ 12 a R$ 28; já para as gestantes, são mais caros e podem chegar até a R$ 30”. 

“Existe também a linha família, que pode ser usado em crianças acima de 3 anos de idade e toda a família pode usar. Os bebês de 2 anos só podem usar loção de mosquito, que é específica para esta faixa etária e, depois, vem a linha das gestantes.”  

Sendo assim, a população precisa usar repelente todos os dias, pois houve um aumento de casos. “Estávamos preocupados com outras doenças. Houve uma onda de virose, na semana passada, mas o que a gente tem visto é o diagnostico de dengue subindo. Por isso, é de suma importância usar repelente e o produto pode ser usado todos os dias”, explica Ikemuzi. 

Por fim, o gestor de vendas indústria da farmacêutica Cimed, Hevison Mendonça Basílio, confirma o aumento nas vendas de repelentes, por conta da alta de dengue, na Capital. “O número de vendas aumentou, em média, 50% e o preço médio na farmácia é de R$ 25”, finalizou.

Por Marina Romualdo – Jornal O Estado de MS.

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