O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve remarcar para 11 de abril sua viagem para a China, segundo interlocutores do governo. Ele deveria ter embarcado no último sábado (25), mas acabou cancelando a comitiva depois do diagnóstico de pneumonia. Desde sexta, ele despacha do Palácio da Alvorada.
De acordo com auxiliares, Lula convidou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para acompanhá-lo na viagem e avisou-o da nova data. Eles estiveram reunidos por mais de duas horas e meia na noite de terça-feira (28), em que trataram também de temas econômicos e da crise do rito de análise de MPs (medidas provisórias).
O governo brasileiro já consultou os chineses para saber se a data seria viável para eles e aguarda retorno. Outra possibilidade seria em maio.
“Existe uma construção com os chineses para agenda ser dia 11. Faltam pequenos detalhes para confirmação oficial”, disse à reportagem o ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Paulo Pimenta.
Em abril, o presidente também tem outra agenda internacional: Portugal e Espanha. No final do mês seguinte, deve participar da reunião do G7 no Japão.
O chefe do Executivo teria um encontro bilateral com Xi JinPing. Como a Folha de S.Paulo mostrou, esta era a agenda mais esperada por aliados de Lula.
No encontro, estará em jogo no encontro a principal ambição de Lula no cenário internacional: apresentar-se como facilitador de um diálogo pela paz na Guerra da Ucrânia, que já dura mais de um ano e tem impacto direto sobre a economia global.
O governo brasileiro já recebeu a sinalização positiva dos chineses de que Xi Jinping está disposto a tratar da situação na Ucrânia com Lula, no encontro previsto para o dia 28.
A posição chinesa é considerada fundamental por Lula. O petista já conversou sobre o assunto com líderes ocidentais, como os governantes da Alemanha, Olaf Scholz; dos EUA, Joe Biden; e da França, Emmanuel Macron.
A receptividade desses líderes tem sido fria. Foram visíveis, por exemplo, as divergências entre Lula e Scholz sobre o tema durante visita do alemão a Brasília, logo no início do mandato do petista.
Macron, por sua vez, respondeu a uma publicação de Lula no Twitter convidando o brasileiro a discutir a crise internacional com base na proposta de dez pontos do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski uma lista de exigência tida como inaceitável por Moscou, por envolver não só a devolução de território como o estabelecimento de um tribunal especial para julgar crimes de guerra da Rússia.
Diante desse cenário, um respaldo da China de que Lula pode ser um interlocutor no processo é considerado fundamental para a diplomacia brasileira. Pequim é vista hoje como um dos únicos atores na arena global com condições concretas de influenciar Vladimir Putin.
Com informações da Folhapress
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