China
Poderia parecer algo absolutamente intangível um ano atrás, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcaria para a China com uma volumosa comitiva, da qual uma das maiores estrelas tenderia a ser Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente. Mas, o cancelamento da agenda por conta de nova reavaliação médica em relação à pneumonia do presidente adiou para outra ocasião, ainda a ser definida. A pauta ambiental será central nesse momento de redirecionamento das relações entre os dois países – e a do agronegócio vai ter de se moldar a ela, em alguma medida. Brasil e China têm, além dos imensos interesses comerciais em comum, dois presidentes em terceiros mandatos inéditos em suas casas e o desafio de estabelecer seu lugar na geopolítica tumultuada pela Rússia, o R dos Brics. A fórmula brasileira é a da “fluidez” de posicionamento. Qual será a da China? Aguardemos um pouco mais. Melhoras ao presidente!
Mandarim
Único sul-mato-grossense a fazer parte da comitiva do presidente Lula que embarcaria neste domingo (26), o deputado é um dos vice-presidentes da Frente Parlamentar Brasil-China, Vander Loubet (PT), e não esconde sua satisfação em trazer novos projetos direto do principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul. Devido às inúmeras diferenças entre as duas línguas e as duas culturas, a tradução técnica português/ chinês na área de economia – comércio revela dificuldades, que impedem uma comunicação correta entre as duas partes, prejudicando naturalmente a cooperação bilateral, nesta área. A fim de minorar o problema e aprimorar “essa parceria estratégica, principalmente para nós, de Mato Grosso do Sul, pois a China é o principal destino das exportações do nosso Estado e, então… esse fortalecimento nos interessa muito, não podemos perder a viagem”.
Mandarim 1
Na regra geral, se você vai viajar para a China ou qualquer outro país e necessita conversar no mandarim, é necessário conhecer pelo menos o vocabulário básico. E o deputado se preparou com curso rápido a tiracolo, ciente que, em geral, as pessoas só irão conversar melhor se você demonstrar um mínimo de educação. Portanto, pelo menos saber cumprimentar corretamente o interlocutor, é indispensável. Assim começando, pelo mínimo necessário: Por favor – “Q’ng wèn”… Obrigado(a) – “Xiè xie”… De nada – “!Bú yòng xiè!”… Com licença/Desculpe – “!Duì bu q’!” Mas, em todo caso, se falhar a língua, o deputado está viajando devidamente prevenido. Ele ainda terá o recurso de um tradutor instantâneo bidirecional de idiomas, disponível em mais de 36 idiomas, incluindo o mandarim!
Mandarim 2
Na viagem, o coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, o deputado Vander Loubet, aposta grande, ainda que os resultados trarão um excelente retorno para a Rota Bioceânica pois os investimentos dos chineses nessa e em outras áreas são estratégicos. “Infraestrutura rodoviária, incluindo a Rota Bioceânica, ferrovias e produção de fertilizantes etc…”, disse. Outra aposta é a carne brasileira, com potencial de alavancar ainda mais o mercado sul-mato-grossense: “Temos uma lista grande de plantas frigoríficas no Brasil que aguardam sinal verde dos chineses para exportar para lá. Esse nosso esforço inicial já garantiu que dezenas de empresas fossem habilitadas, inclusive um frigorífico de frangos, do nosso Estado”, afirmou.
Insetos
…Por falar em comida exótica, o governador Eduardo Riedel (PSDB) empolgou a plateia simpatizante desse tipo de alimentação, literalmente, ao “degustar um inseto” durante a abertura da Dinapec (Dinâmica Agropecuária) – a feira tecnológica bianual que retornou após 4 anos, devido à covid-19, na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande. Acompanhado pelo secretário, Jaime Verruck e pelo deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), os dois não se intimidaram com a oferta de degustação de insetos e experimentaram a nova iguaria. Antes de experimentar, o governador indagou – “É tipo um doritos?” Depois de degustar… aprovou o sabor – “É bem melhor que baconzitos! Faltou só a cervejinha!”, completou o governador Eduardo Riedel, descartando repetir o prato. A exemplo da Dinatec, em alguns lugares no mundo, insetos fazem parte da cultura alimentar, por vezes sendo considerados verdadeiras iguarias.
Insetos 1
Na maioria dos locais, porém, e em especial na cultura ocidental, é possível reconhecer o perfil do bicho, mas, na maioria, não, pois é mais comum apenas usarem a farinha feita pela moagem do corpo do animal. Independente da forma consumida, a principal percepção é a que pelo menos os insetos usados para consumo humano têm um sabor bastante neutro, sendo o gosto proporcionado por algum acompanhamento, como o queijo que recobria uma larva seca ou o chocolate que recobre a barra com a farinha misturada com gengibre. No Brasil, não estamos “comendo mosca” nessa matéria e, no nosso Instituto Federal de Coxim-MS, está sendo desenvolvida uma linha de pesquisa de criação de insetos para consumo humano. O coordenador das pesquisas é o prof. Ramon de Minas, que é agrônomo e biólogo. Mas ainda não está autorizado pela Anvisa para alimentação humana. O consumo humano não deve ser a principal destinação dos insetos, pois para as próximas décadas espera-se um “vazio proteico” (“protein gap”) que deverá ser mitigado pelo uso de insetos cultivados em fazendas como matéria prima para rações. Essa fonte alternativa deve ser especialmente usada na aquicultura, mas também por aves e suínos.
Estratégia
A decisão do Copom pode acelerar a estratégia de pressão pela saída de Campos Neto. O presidente do BC afirma a interlocutores que não renuncia e fica até o fim de 2024, quando termina seu mandato. Mas, se ele apresentar desempenho insuficiente para alcançar os objetivos do BC, pode ser demitido após decisão do presidente, que precisa de aval de ao menos 41 dos 81 senadores. Segundo Andreia Sadi, não há clima no momento, para isso. A estratégia é seguir polarizando e buscando responsabilizá-lo por uma eventual crise econômica. Caso contrário, a crise “cairá no colo de Lula”, dizem aliados do presidente.
Por Bosco Martins.
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