Em meio a discussões sobre as falhas na licitação, Estado pretende investir em desenvolvimento
A concessão da BR-163 voltou a ser assunto, na tarde de ontem (23), durante a solenidade de assinatura do contrato entre o governo do Mato Grosso do Sul e o grupo Way Brasil, que assumiu a administração da MS-112 e os trechos das rodovias federais BR-158 e BR-436, que passam pelas cidades de Cassilândia, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Inocência, Selvíria e Três Lagoas, região nordeste do Estado. Já a concessão da BR-163 será definida pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), em relicitação marcada para 2024.
O jornal O Estado questionou o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Hélio Pelufo, se o governo do Estado teria condições de assumir também a rodovia federal BR-163, a exemplo do que ocorre no Estado vizinho, Mato Grosso.
“Não podemos comparar com Mato Grosso, que já tem 50% da duplicação feita pelo Dnit. Aqui, em Mato Grosso do Sul, o governo federal não fez investimento. É um modelo diferente, conduzido pela ANTT. Mas o governo do Estado está atento a todos os passos, para que essa rodovia seja concedida, de maneira que atenda ao sul- -mato-grossense. A BR-163 está passando por uma área produtiva muito grande, de norte a sul, então ela é vital, uma artéria do nosso Estado. Estamos preparados para qualquer movimentação do governo federal”, reafirmou o secretário de Estado.
Por sua vez, o governador do Estado, Eduardo Riedel, revelou que existe a intenção do governo estadual de assumir novos trechos e rodovias, para fomentar o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul.
“Essa é uma linha de trabalho. Mato Grosso do Sul é um Estado enorme, com baixa densidade demográfica. Até hoje, tivemos muita dificuldade de viabilizar projetos que ficassem executáveis, dentro das concessões. A partir de todo esse crescimento é que nós estamos experimentando e começando a tornar viável. Estamos estudando uma série de rodovias, para que a gente possa ter um bom projeto e dar mais segurança e competitividade para o sul-mato-grossense e para as empresas que vêm pra cá”, destacou Riedel.
Relembrando o contrato não cumprido pela atual concessionária responsável pela BR-163, a CCR MSVia, o deputado estadual Gerson Claro disse que a concessão federal, conduzida pela ANTT, é “um modelo que não deu certo”.
“Não podemos negar: é uma concessão num modelo que não deu certo. Já brigamos bastante e hoje estamos, de novo, trabalhando para buscar uma solução para este assunto também, que é de responsabilidade do Estado de Mato Grosso do Sul. A BR-163 é no Mato Grosso do Sul e é a população que vive isso. Estamos orgulhosos de fazer parte deste momento”, ponderou o parlamentar.
Cabe destacar que na audiência pública promovida pela ANTT, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o governador do Estado, Eduardo Riedel, sugeriu à União que o Estado poderá assumir a concessão da BR-163.
MS-112 arrecadará R$ 180 milhões/ano
Pelo contrato de concessão acordado ontem (23), o grupo Way Brasil ficará responsável pela manutenção viária, melhorias de tráfego e capacidade rodoviária da MS-112 em 412,8 quilômetros de estradas, que passam pelas cidades de Cassilândia, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Inocência, Selvíria e Três Lagoas, região nordeste do Estado.
O diretor-presidente da concessionária Way, Paulo Lopes, destacou que essa é a segunda concessão administrada pelo grupo, que já gere a MS-306. Já na nova concessão, estão previstas seis bases operacionais, com unidades da Polícia Rodoviária Militar em Três Lagoas, uma base da Polícia Rodoviária Federal em Paranaíba, e a reforma da unidade da Secretaria da Fazenda, em Aparecida do Taboado.
“Serão seis bases operacionais com guinchos leves, pesados e ambulâncias. Elas estão bem distribuídas, ao longo das três rodovias. Para atender aos usuários, ao longo da rodovia teremos seis praças de pedágio, localizadas entre Cassilândia e Paranaíba, entre Paranaíba e Aparecida do Taboado, entre Selvíria e Aparecida Taboado e na volta, entre Três Lagoas e Inocência e entre Inocência e Cassilândia”, apontou.
Sobre as etapas iniciais de investimentos, o diretor acrescentou que o primeiro passo será fazer a recuperação do pavimento. “Nos seis primeiros meses, nós temos que tapar buracos, vamos implantar, nos nove primeiros meses, a parte de atendimento ao usuário e temos que implantar o centro de controle operacional, para atender o usuário, em caso de acidente”, afirmou.
Entre as novidades está também o aprimoramento de guinchos superpesados. “São seis unidades de guincho leve para atendimentos de automóveis de passeio. Temos a inovação do chamado caminhão pega-boi, que é para a retirada de animais da rodovia e um caminhão-pipa, para limpar a rodovia, em casos de acidente ou de derramamento de produtos perigosos. As principais obras, até o segundo ano, são a implantação de painéis mensais variáveis, radares e sensores de contagem de veículos. Já a parte de câmeras, vamos ter a partir do terceiro ano”, observou o diretor.
Por fim, a concessão deverá faturar R$ 180 milhões por ano, que são divididos pela rodovia. A estimativa é que a operação recolha, em impostos, cerca de 2 milhões de reais para cada município, e gere 300 empregos diretos, com as obras e 2 mil indiretos. “Quanto mais quilômetros do município, eu tenho mais participação do governador, no tributo do ISS. Esse é o ISS da concessionária do pedágio, nós estamos falando aqui na ordem de R$2 milhões pro povo, pro município”, finalizou.
Por Suelen Morales – Jornal O Estado do MS.
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