Acompanhados por diversos apoiadores, autoridades, servidores e familiares, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) e os sul-mato-grossenses se despediram do deputado Amarildo Cruz (PT) na manhã deste sábado (17). Seu corpo foi velado desde a noite da sexta-feira (16), no saguão da sede do Legislativo em Campo Grande, e ainda pela manhã seguiu para o enterro na cidade natal do parlamentar, Presidente Epitácio (SP) onde acontceu o sepultamento.
Em nome dos deputados da 12ª Legislatura, Junior Mochi (MDB) relembrou do amigo. “O Amarildo foi um extraordinário parlamentar, um cidadão combativo, mas sensato, equilibrado, que buscava o consenso. Iniciei junto no Parlamento com ele. Lembrei que já percorremos o estado juntos por duas vezes em audiências públicas e na CPI da Saúde. Ele deixa um legado muito grande, uma referência como ser humano, como amigo, pessoa que sempre procurou com suas atitudes levar o bem. Nesse momento, mesmo com toda a tristeza, é preciso relembrar a vida e agradecer a Deus pelo privilégio da sua presença. Ele com certeza terá um lugar entre os justos”, disse Mochi.
A despedida final foi acompanhada pelo o governador Eduardo Riedel (PSDB). “Pessoa que sempre priorizou pelo diálogo, consenso, defendendo aqueles que mais precisam e fazia com que prestássemos atenção nas políticas públicas para atendê-los de fato. Ele vai deixar muitas saudades, primeiro pela sua defesa ao social, segundo pela sua capacidade de construir pontes, naquilo que ele defendia, política pública na prática, às pessoas que tinham esperança nele de dias melhores. Vai fazer muita falta, como canal de voz ativa na Assembleia. Deixa todo um protagonismo que tinha e conversamos muito no último dia antes dele internar, sobre projetos animados. Vai fazer falta insubstituível à família, eu peço a Deus que os conforte”, rogou.
Antigo colega de Parlamento, agora membro do Executivo, o secretário de Estado da Casa Civil, Eduardo Rocha (MDB) falou da sensibilidade de Amarildo. “A paixão e a garra pelas pessoas que estão lá na ponta, lá estava o Amarildo. Um homem honrado e correto, muito trabalhador. Uma morte repentina que nos pega de tristeza. Mato Grosso do Sul vai lembrar daquele Amarildo combativo, mas muito respeitoso. Tinha amizade com todo mundo, lutava pela sua corrente partidária, mas sabia fazer a boa política”, considerou.
Em recente homenagem da TV ALEMS, Amarildo falou sobre sua paixão pelo ofício parlamentar. “Eu sempre me doei muito, porque eu sempre encarei com muita responsabilidade o exercício da representatividade. Uma coisa é você trabalhar em uma função, todas são dignas e extremamente importantes, mas a questão da representatividade eu levo isso muito a sério. É muito forte quando a pessoa vai numa urna e tem 200 opções e diz: ‘vou escolher aquela’. Ao mesmo tempo em que ela está te elegendo, ela está te dando uma responsabilidade imensa de fazer o melhor. E entregar o melhor de mim é o mínimo que eu posso fazer”.
Há um mês ele reforçou quais bandeiras iria defender no quinto mandato e no Programa Vida Pública ele contou sobre sua história de vida. Em seu último discurso na tribuna, dia 14 de março, o deputado defendeu a liberdade, a não banalização do mal, do ódio e das fake news. Na noite do mesmo dia, o parlamentar foi internado no Proncor, em Campo Grande, falecendo dia 17, após três paradas cardíacas durante toda hospitalização. O mandato que amplificou a voz de negros, quilombolas, indígenas e trabalhadores, silenciou. Na nota oficial de luto, o Site ALEMS reuniu parte do vasto trabalho de Amarildo por Mato Grosso do Sul.
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