Vacinas contra Mpox chegam em MS e municípios realizam busca ativa de público

Mpox
Foto: Álvaro Rezende/Portal MS

Mato Grosso do Sul recebeu na terça-feira (14) a primeira remessa da vacina MVA Jynneos Mpox. São 332 doses que ficarão armazenadas na sede da Ceve (Coordenadoria Estadual de Vigilância Epidemiológica) até que os municípios elencados com maior registro da doença informem o quantitativo necessário para imunização do público alvo. Os municípios considerados para receber os imunizantes contra a Mpox são Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES, Ana Paula Goldfinger, destaca que estes municípios elencados deverão fazer busca ativa do público-alvo informado pelo Ministério da Saúde.

“Das 332 doses, nós vamos conseguir atender 166 pessoas com a D1 da vacina, além de reservar um percentual que se faz necessário para atendimento pós-exposição. Mas de acordo com o andamento da vacinação e verificação de necessidade de reposição dessas doses, nós reportaremos essa necessidade ao Ministério da Saúde que fará o ajuste no quantitativo a ser enviado aos estados, se necessário”, afirma Goldfinger.

Conforme o Ministério da Saúde, as vacinas contra a Mpox serão restritas a pessoas vivendo com HIV/Aids (homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais, com idade igual ou superior a 18 anos e com contagem de linfócitos TCD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses); profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus e que possuam de 18 a 49 anos de idade.

O que é a Mpox?

A Mpox é uma doença ocasionada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae, apesar de ser inicialmente denominado como “varíola dos macacos”, trata-se de um vírus que infecta roedores na África, os primatas são provavelmente hospedeiros acidentais, assim como o ser humano.

Até maio de 2022, todos os surtos da Mpox estavam restritos ao continente Africano, porém a doença se espalhou pelo mundo e atualmente apresenta transmissão comunitária inter humana em vários países, inclusive no Brasil.

Os sinais e sintomas da doença duram de 2 a 4 semanas, enquanto o período de incubação do vírus é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. A pessoa infectada é assintomática no período de incubação.

Transmissão

A Mpox é transmitida pelo contato com a pessoa infectada, o vírus pode entrar no corpo pelo sistema respiratório, olhos, nariz, boca ou por lesões na pele. Apesar disso, a doença não se espalha facilmente.

A transmissão entre humanos ocorre principalmente pelo contato pessoal com lesões de pele ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, ou objetos recentemente contaminados, como toalhas e roupas de cama.

O vírus também pode ser transmitido por meio de gotículas que geralmente requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, o que torna trabalhadores da saúde, familiares e parceiros íntimos mais propicias a infecção.

Vale ressaltar que uma pessoa pode transmitir a doença do momento em que os sintomas aparecem até a erupção ter cicatrizado completamente e uma nova camada de pele se forme.

Sintomas

Os sintomas se manifestam entre 5 e 21 dias e incluem febre alta e de início súbito, dor de cabeça e garganta, erupções cutâneas que começam no rosto e se espalham pelo corpo podendo deixar cicatrizes visíveis na pele dos pacientes e inchaço dos gânglios nas regiões cervical, axilar e pélvica.

A coceira persistente e dolorida é outro sintoma e passa por diferentes estágios, podendo parecer catapora ou sífilis, até formar uma crosta.

A manifestação cutânea típica é do tipo papulovesicular (manchas vermelhas), precedido ou não de febre de início súbito e de linfadenopatia (inchaço dos gânglios). As erupções podem acometer regiões como face, boca, tronco, mãos, pés ou qualquer outra parte do corpo, incluindo as regiões genital e anal.

Na pele, podem aparecer manchas vermelhas com vesículas (bolhas) de secreção; posteriormente, essas vesículas se rompem, formam uma crosta e evoluem para cura.

Conforme a SES, a dor nestas lesões pode ser bastante intensa. Quando a crosta desaparece a pessoa deixa de infectar outras pessoas e, na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem em poucas semanas.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) esclarece que assim que os sintomas são identificados, o paciente suspeito entra em isolamento total, podendo ser domiciliar, e só recebe alta após a cicatrização total de todas as feridas. O procedimento foi aplicado em todos os casos confirmados em Campo Grande.

Prevenção

Para prevenir o contágio, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomenda o uso de máscaras, distanciamento social, higienização das mãos, e evitar o compartilhamento de itens pessoais, como lençóis, talheres, toalhas e roupas, medidas que também auxiliam na proteção contra a Covid-19.

Com informações da repórter Lethycia Anjos.

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