Produtos são barrados na fronteira por barreira sanitária contra Gripe Aviária

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Foto: Diário Corumbaense

Desde de 16 de fevereiro, Mato Grosso do Sul definiu uma barreira sanitária na região de fronteira com a Bolívia, após detecção de surto de influenza aviária no país. Devido ao surto da doença, o Estado realiza fiscalizações em pontos estratégicos da barreira, de maneira mais intensa em Corumbá, município a 417 quilômetros de Campo Grande e que faz fronteira com a Bolívia, inclusive com a apreensão de produtos impróprios para entrada.

Além da Bolívia, outros países como Argentina e Uruguai também apresentaram casos da doença. Em mais de uma semana no mês de fevereiro, foram fiscalizados em Corumbá 4.516 kg de carnes; 755 kg de embutidos e 5.620 kg de queijos.

Conforme o portal Diário Corumbaense, muitos produtos e subprodutos de origem animal e vegetal oriundos do país vizinho estão sendo apreendidos na fronteira. As mercadorias recolhidas são principalmente de comerciantes que atuam em feiras livres, tanto na Bolívia quanto no Brasil.

O presidente da Associação dos Feirantes de Corumbá e Ladário, Lucídio Morel, explica que a situação é complicada para os feirantes, principalmente os de origem estrangeira e assentados.

“Fica difícil trabalhar dessa maneira, mas entendemos que há que se ter as fiscalizações e cooperamos avisando os feirantes que não pode ter a entrada desses produtos. Fazemos até capacitação para que eles possam estar cientes do que está ocorrendo. A Lei tem que ser cumprida pelo bem da sociedade, mas entenderia também se essas fiscalizações fossem avisadas, principalmente aos produtores que têm que ter selo de registro”, disse Lucídio.

Ele ainda diz que os mais afetados são os bolivianos, e que a maioria estão cadastrados dentro da associação. “Temos 287 feirantes, desse total, 80% são bolivianos e com essas fiscalizações tivemos uma redução de 40% deles nas feiras livres”, disse ao frisar que entre os produtos mais apreendidos estão “batatas, milho, leite, carnes, entre outros, sem contar com fiscalizações nos assentamentos da cidade”, completou.

Ainda de acordo com o portal, em relação às apreensões, no mesmo período, foram 133 kg de carnes, sendo 33 kg de carne salgada e 13 kg de carne moída; 139 litros de leite in natura, 115 kg de queijo e 110 kg de ovos.

Já em relação aos produtos vegetais que mais foram apreendidos na cidade, estão 200 kg de alface, 193 kg de batatas, 92 kg de bananas, 50 kg de alho, 74 kg de mandioca, 53 kg de milho e 33 kg de limão.

As fiscalizações são feitas pelas equipes da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), em parceria com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), por meio da SFA/MS (Superintendência Federal de Agricultura de MS).

O Brasil lidera a exportação mundial de carne de frango e responde por 35% desse mercado. É também o sexto maior produtor de ovos. De acordo com dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), cada brasileiro consome 257 ovos por ano, conforme levantamento setorial realizado em 2021.

A doença

A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença muito contagiosa, provocada por um vírus, e que pode afetar a saúde de aves domésticas e silvestres. Não há risco de contaminação pelo consumo da carne ou de ovos. Até este momento, o vírus mais infeccioso e letal, chamado de alta patogenicidade, ainda não foi detectado no nosso país.

Nas aves, a doença afeta grande quantidade de animais e provoca mortalidade elevada. Os principais sinais clínicos observados são falta de coordenação motora, torcicolo, dificuldade em respirar e intensa diarreia. Qualquer cidadão que encontrar aves com esses sintomas pode notificar a vigilância por meio do site e-Sisbravet ou nos escritórios locais de serviços veterinários oficiais.

De acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), o período de maior migração de aves do Hemisfério Norte para a América do Sul vai de novembro a abril. Por isso, neste momento, o trabalho que vem sendo realizado é o aumento das ações de vigilância pelo serviço veterinário oficial e órgãos ambientais, além do reforço das medidas de biossegurança nas granjas pelos produtores, com o objetivo de detectar rapidamente o eventual ingresso da doença no país e mitigar os riscos de sua disseminação.

A orientação do governo federal é para que produtores rurais, técnicos agrícolas e criadores fiquem alertas para as aves com sinais respiratórios, nervosos, digestivos ou alta mortalidade, inclusive em aves de vida livre. O governo federal também divulgou uma cartilha com cuidados necessários:

 

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