Delegado ouve pais de menina de 2 anos torturada e estuprada pelo padrasto

Mãe chegando com menina de dois anos na Depca (Foto: Marcos Maluf)

Os pais da menina de 2 anos vítima de tortura e estupro pelo padrasto foram ouvidos na tarde desta quarta-feira (15), na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). O suspeito de 21 anos fugiu após a descoberta dos crimes e ainda não foi localizado.

Conforme a tia da criança que estava na delegacia, a menina foi tirada da avó que cuidava dela e desde então foi afastada da família paterna pela genitora. “Ela ameaçou a gente, não vemos ela bebê há um ano, ela ameaçava se a gente fosse na casa dela.  Nós não fizemos mal para criança e nem para ela, a nossa família tem uma estrutura bacana para essa criança, a gente vai lutar pela guarda, vamos proteger ela, se tiver que registrar b.o e medida protetiva para a família toda, vamos registrar”, falou.

Já o pai da menina, de 27 anos, contou que nem sabia do relacionamento da mãe da menina com o suspeito do crime, os dois estariam juntos a aproximadamente um mês quando ele violentou a criança. Após o abuso, a mãe disse ainda que não queria levar o caso para polícia, mas o pai insistiu. “Eu não sabia o que estava acontecendo, agora que sei vou lutar pela guarda da minha filha, ela esta com medo, nem me esta me conhecendo mais e mãe só fica me xingando na frente dela”, contou.

Nesta tarde a criança foi até a delegacia com a mãe e segundos familiares ela estava assustada com a situação e chorosa. “Faz nove meses que não vejo minha filha, ela me acusa de não pagar pensão, mas eu tenho todos os recibos tudo certinho”, finalizou o pai.

O caso – Um jovem, de 20 anos, foi denunciado na noite do dia 13 de janeiro na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança) pela ex, 20, por estuprar, agredir e torturar a enteada, de 2 anos, na última sexta-feira (10) no Jardim Canguru, em Campo Grande. A mãe da criança contou a polícia que morou com o acusado por aproximadamente um mês, e que eles não tinham filhos em comum, porém ela tinha a menina, de outro relacionamento. Em depoimento, ela alegou que na última sexta-feira precisou ir trabalhar e não achou ninguém para cuidar da filha, então o namorado se ofereceu para ficar com ela.

Ao chegar do trabalho, a jovem viu que a menina estava com um hematoma na perna, porém o rapaz disse que foi feito enquanto ela brincava com outras crianças. No dia seguinte, o acusado ficou novamente cuidando da vítima e chegou a enviar uma foto das partes íntimas dela para a mãe. A região estava bastante vermelha e o autor alegou que a menina estava com problemas de assadura. Ao chegar em casa, a mãe chegou em casa e foi olhar a criança, mas não havia mais nenhuma marca na genitália da menina, entretanto havia hematomas no rosto e na barriga da vítima.

Suspeitando da situação, ela brigou com o namorado e mandou ele dormir no sofá. No domingo, ela voltou a discutir com o rapaz e pediu para que ele fosse embora da casa. Momento em que, o sobrinho do acusado, de 10 anos, contou que o tio havia amarrado a menina pelo pescoço com uma corda e bateu nela para que dormisse.

Serviço:

Estupro de vulnerável é quando o mesmo ato é praticado com um menor de 14 anos, com uma pessoa com deficiência que não tem discernimento para a prática sexual ou com uma pessoa que, por qualquer motivo, não possa ter reação ao ato, como ocorreu neste caso.

Disque 180

O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.

Disque 100

Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

O canal envia o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente.

Com informações do repórter Joao Gabriel Vilalba.

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