Mais de sete milhões de crianças foram afetadas por terremoto na Turquia e Síria

Terremoto
Imagem: Reprodução/Twitter Notícias Pelo Mundo

Mais de sete milhões de crianças já foram afetadas pelo terremoto que atingiu a Turquia e a Síria na semana passada, de acordo com levantamento do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e divulgado na terça-feira (14).

Destas, 4,6 milhões estariam em território turco, e 2,5 milhões, em terras sírias, detalhou James Elder, porta-voz da entidade. Não se sabe quantas delas morreram, a única cifra disponível até agora é o total de óbitos decorrentes do abalo em cada um dos países, que ultrapassam 37 mil quando somados. Na Turquia, esse número foi de 31.974; o tremor que detém o recorde histórico da história do país, ocorrido em 1939, deixou 33 mil mortos. Na Síria, mais de 5.814 pessoas morreram, segundo dados divulgados pelo regime do ditador Bashar al-Assad e da ONU (Organização das Nações Unidas).

O diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a Europa, Hans Kluge, afirmou que a catástrofe não só representa “o pior desastre natural” da região em um século, como se está longe de compreender totalmente sua amplitude a essa altura. “Seu verdadeiro custo ainda é desconhecido, e a recuperação e a cura tomarão muito tempo e esforço”, afirmou ele, que supervisiona uma área que abarca 53 países -incluindo a Turquia e alguns países da Ásia Central.

O cálculo trágico inclui as crianças. Muitas daquelas que sobreviveram, acampadas junto às suas famílias em abrigos improvisados erguidos em estacionamentos e beiras de estrada, sofrem com o frio, a fome e a sede. “Todos os dias somos informados sobre um número cada vez maior de crianças com hipotermia e infecções respiratórias”, disse Elder, do Unicef.

Outras tantas, retiradas dos escombros sozinhas, tiveram que ser encaminhadas aos hospitais sem qualquer responsável. Segundo o vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, trata-se do caso de 574 crianças hoje, das quais apenas 76 foram depois entregues a parentes.

Um grupo de cerca de 200 voluntários, entre psicólogos, advogados e médicos, montou centros de coordenação nas dez províncias turcas atingidas pelo sismo para identificar jovens desacompanhados e reuni-los a suas famílias.

Organizações também se esforçam para oferecer apoio psicossocial para ambas as crianças afetadas e seus pais. Especialista em proteção de direitos infantis, Esin Koman afirma que as crianças tendem a se adaptar mais rápido a situações de catástrofe como a vista agora do que os adultos. Mas ressalta que, mesmo assim, políticas públicas com esse objetivo precisam ser elaboradas com urgência.

A situação se agrava na vizinha Síria, onde aqueles nascidos após o início da guerra civil, quase 12 anos atrás, tiveram suas breves experiências de vida marcadas por conflitos e mudanças constantes de endereço. “Algumas crianças foram deslocadas seis ou sete vezes”, ressalta Elder, do Unicef.
Kluge, da OMS, lembrou em seu pronunciamento que cerca de 26 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária em ambos os países.

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