Plano de drenagem na Capital está em etapa de diagnóstico e deve ser finalizado em setembro

Drenagem
Foto: Valentin Manieri

Dando continuidade ao material sobre os pontos de alagamento na Capital, a reportagem questionou a respeito do plano de drenagem mencionado. Conforme adiantou a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), um plano de drenagem está sendo construído pela Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) e Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), em parceria com uma empresa especializada.

Conforme a subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos, Catiana Sabadin, o trabalho vai até setembro deste ano. À reportagem, a Semadur informou que atualmente a Capital conta com o Decreto nº 12.680, de 9 de julho de 2015, que trata do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Campo Grande.

“A prefeitura atualmente atua na revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico de Campo Grande, neste plano será tratado o diagnóstico, prognóstico e planejamento estratégico no que diz respeito aos sistemas de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e manejo de águas pluviais. Atualmente essa revisão encontra-se na etapa de diagnóstico”, afirmou em nota.

Segundo o engenheiro civil, especialista em infraestrutura rodoviária e em mobilidade urbana, Maurício Faustino, a umidade do asfalto é um dos principais fatores responsáveis pela abertura de buracos nas vias.

“O que estraga o pavimento é a água ficar escorrendo por cima da rua. Com o tempo, isso vai desfazendo o asfalto até que ele chegue à base. Quanto mais chuva, mais o asfalto vai amolecendo o solo, infiltrando e comprometendo a base”, explicou.

Visando à conservação das vias, o profissional destacou a importância de manter a manutenção das ruas e avenidas. “O asfalto tem um prazo de validade assim como demais coisas, precisa ser sempre corrigido, tapado os buracos. Uma das coisas que o município sempre tem de fazer é dar a manutenção, porque é a falta dela que deteriora ainda mais esse pavimento”, completou.

Em um exemplo citado por Faustino, um asfalto que ainda passará por pavimentação precisa ter, pelo menos, dois dias de sol para começar a ser preparado.

Ele citou ainda sobre os problemas de escoamento de água que a Capital enfrenta. “Toda cidade tem os problemas com a quantidade de chuva, isso é um fato. Nesta época do ano, o que precisa estar funcionando em seu pleno estado é o sistema de drenagem e o escoamento. Campo Grande é uma das poucas cidades que tem um plano diretor de drenagem, mas acontece que nem todas as obras foram executas ainda. Diante disso, quanto mais captação de água tiver, é melhor para todos e, principalmente, para o asfalto”, pontuou.

Também questionada, a Prefeitura de Campo Grande não respondeu quantos pontos de captação de água tem na Capital, até a publicação desta matéria.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, as principais causas de alagamentos, além do volume elevado da água da chuva, são as inundações em razão da defasagem do sistema de drenagem da Capital e do aumento da impermeabilização do solo após pavimentação. Problema este que foi confirmado pela Sisep, mesmo sem informar com que frequência ou em quais locais são feitas as limpezas e manutenções dos bueiros espalhados pela cidade.

Nos últimos dois anos, o número de pontos críticos com risco de alagamento e inundações em Campo Grande cresceu 30,30%, passando de 33 em 2020 para 43 até janeiro de 2023, de acordo com a Defesa Civil Municipal.

Conforme apurado pelo jornal e em parceria com a população, os alagamentos recorrentes a cada chuva ocorrem nos bairros Jardim Noroeste, Jardim Canguru, Jardim Imá, Los Angeles, Jardim Oliveira, Vila Nasser, Monte Castelo, Jardim Carioca, bairro Santo Antônio, entre outros da região.

Por Brenda Leitte – Jornal O Estado do MS

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