Deputado eleito diz que momento é pensar no trabalho no legislativo
Rayani Santa Cruz
Com menos de dois anos para a nova campanha eleitoral, dessa vez para escolha de prefeitos e vereadores nos 79 municípios do Estado, muita coisa pode ser desenhada, até lá.
Em Dourados, o deputado federal eleito Geraldo Resende (PSDB), que possui reduto eleitoral no município, deve enfrentar o prefeito Alan Guedes (PP) em sua reeleição, e a nova liderança do PT, professor Tiago Botelho.
Claro que isso também vai depender da decisão final do ninho tucano sobre o nome que entrará na disputa na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. Geraldo Resende assume cadeira na Câmara Federal em 1° de fevereiro, e a possibilidade de disputar o cargo para o Executivo é real, já que ele pode fazer isso sem se afastar do mandato no Legislativo.
Claro que a maioria dos políticos nesse momento se resguarda e diz que é demasiado cedo para comentar sobre o futuro político, mas o fato é que os partidos já começam a fazer alinhamentos rumo a 2024. Sobre o assunto, Rezende disse ao jornal O Estado que essas conversas de bastidor são normais na política.
Ele diz que tem vários companheiros de caminhada, antigos amigos políticos em Dourados e região, em que ele foi o deputado mais votado. Porém reafirma seu compromisso com o futuro mandato no Legislativo.
“Com certeza as conversas políticas trazem questionamentos como esse, me sinto honrado por ter meu nome cogitado para a construção de uma grande frente daqueles que sonham em uma administração moderna e arrojada para a nossa cidade.
Mas este não é o principal foco do mandato que sequer iniciou. Fui eleito em terceiro lugar, como deputado federal de Mato Grosso do Sul com 96.519 votos e meu objetivo primeiro é fazer um excelente mandato pelo meu Estado, como fiz nos anteriores e também como secretário de Saúde em um dos momentos mais difíceis da nossa história, a pandemia.” Para Geraldo, o momento pede que seu trabalho seja devolvido em resultados e ações para todos os 79 municípios do Estado. “O projeto futuro é consequência deste trabalho e da maturidade política que precisamos ter juntos aqueles que sonham com um futuro grandioso para nossa cidade”, finalizou o tucano.
Reeleição Questionado pelo jornal O Estado, sobre se pensa em mudar de partido, Alan Guedes disse que ainda “está cedo” para tecer comentários a respeito e negou.
E a única certeza é que deve concorrer à reeleição. “Não tenho motivo para sair do PP. Somos aliados do governador Eduardo Riedel, temos a senadora Tereza como líder do partido. Portanto, a vontade é disputar a eleição no partido.” Guedes foi eleito para o mandato em Dourados em 2020.
LIDERANÇA PT
Advogado, coordenador e professor do Curso de Direito da UFGD, pós-doutorando em Democracia, Tiago Botelho, que concorreu ano passado para o Senado pelo PT, afirma que está à disposição do partido.
Ele entende ser necessário construir uma frente democrática ampla em nível municipal, assim como foi feita no Brasil, resultando na vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a vitória de Lula, as novas lideranças petistas já alinham o futuro em Mato Grosso do Sul, já que o Estado, apesar de ter a maioria do eleitorado que se identifique como direita e extrema- -direita, tem uma boa parcela de eleitores ligados a movimentos de esquerda e centro; ou mesmo aqueles que não se identificam com as pautas da direita.
Na eleição passada, por exemplo, o segundo turno deu a Lula o total de 599.547 votos, ao passo que o derrotado ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou com o total de 880.606 votos.
Isso equivale a uma diferença de 281.059 votos. “Quero sentar com todas as lideranças, movimentos sociais, sindicatos e empresários do município. Quero conversar com políticos para além do meu partido e mostrar a importância de uma grande frente ampla que pense Dourados para além de um limitado grupo de amigos.” Botelho também lembra que o PT já governou Dourados e isso seria um ponto positivo. “E por onde ando as pessoas falam que estão com saudade da gestão petista e da época em que Dourados era bonita com o prefeito Tetila. É preciso tirar Dourados do buraco. É preciso olhar Dourados com carinho. A saúde está péssima, os parques largados, a cidade esburacada e abandonada.”
O professor diz ainda sobre aspectos para solucionar as demandas da cidade e sua ligação com Lula, o que facilitaria o envio de recursos para desenvolvimento. “Precisamos incentivar a vinda de novas empresas, dinamizar o comércio e o polo universitário, valorizar a agricultura, os povos indígenas e quilombolas do município.
Estou disposto a conversar com quem queira pensar uma Dourados do futuro, próspera e democrática. Tenho o apoio do presidente Lula e, isso fará toda a diferença para a eleição de prefeito. Ter o contato direto em Brasília garantirá tirarmos Dourados do buraco.” Futuras alianças entre o PT e o PSDB meio que foram descartadas pelo diretório de Dourados.
Impresso
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.