Venda do medicamento Paxlovid em farmácias não será imediata, aponta CRF-MS

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Imagem: Reprodução/Divulgação

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou por unanimidade, na última segunda-feira (21), a venda do medicamento Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir), utilizado no tratamento da COVID-19, para farmácias e hospitais particulares do país. Em Mato Grosso do Sul, a expectativa é de que o fármaco seja distribuído primeiro para as farmácias públicas e depois para as unidades privadas.

Questionado sobre quando os novos medicamentos devem começar a ser vendidos nas prateleiras das farmácias de Mato Grosso do Sul, o presidente do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia), Dr. Flávio Shinzato, pontuou que o item ainda deve demorar algum tempo para que seja amplamente comercializado.

“Como é novo, ainda deve levar algum tempo. Principalmente agora no fim de ano. A indústria e a logística será o fator determinante para essa venda. Esse é um medicamento já em uso emergencial desde 31 de março, mas restrito aos hospitais, contudo a condição é de a Pfizer atender primeiro as farmácias públicas”, destacou.

Mesmo com a liberação e o prazo para que a sua venda seja concretizada, outro fator reforçado por Flávio Shinzato foi o alto custo que poderá ter. “Não deve chegar de imediato e também não será um preço muito acessível (em fevereiro, quando aprovaram na França, custava R$ 2.800,00 o tratamento para 5 dias)”, citou.

Indagado sobre a necessidade de manter as campanhas de vacinação, mesmo com o novo aliado contra a doença, Shinzato pontua que a imunização deve permanecer. “Este medicamento é para ajudar no tratamento dos casos em adultos. A vacina é superimportante para diminuir a chance de ter a doença e ou minimizar os sinais e sintomas para não evoluir para formas graves”, alertou.

Segundo a Anvisa, a venda em farmácias deve acontecer para pacientes com prescrição médica, com dispensação e orientação pelo farmacêutico ao paciente sobre o uso correto do medicamento. Na manhã de ontem (22), a equipe do jornal O Estado esteve em diferentes farmácias de Campo Grande e conversou com os atendentes e farmacêuticos, que destacaram que ainda não obtiveram nenhum comunicado oficial sobre o início da venda, nem sabem quando esta deverá acontecer.

Para que serve o Paxlovid?

O Paxlovid, utilizado no tratamento da COVID-19, teve seu uso emergencial aprovado no Brasil em 30 de março deste ano. Composto por comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir embalados e administrados juntos, o medicamento é indicado para o tratamento da doença em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão para COVID-19 grave.

– Indicação

O Paxlovid é indicado para o tratamento da COVID-19 em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão para a forma grave da doença.

– Posologia e modo de uso

O Paxlovid é composto por comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir embalados juntos, que também devem ser administrados juntos. A posologia recomendada é de 300 mg de nirmatrelvir (dois comprimidos de 150 mg) com 100 mg de ritonavir (um comprimido de 100 mg), todos tomados juntos por via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias. O medicamento deve ser administrado assim que possível, após o resultado positivo do teste diagnóstico para o Sars-CoV-2 e avaliação médica, e no prazo de cinco dias após o início dos sintomas.

– Limitações de uso

O Paxlovid não está autorizado para tratamento de pacientes que requerem hospitalização em razão de manifestações graves ou críticas da doença. Também não está autorizado para profilaxia pré ou pós-exposição para prevenção contra a infecção pelo novo coronavírus. O medicamento não está autorizado para uso por mais de cinco dias. Além disso, como não há dados do uso do Paxlovid em mulheres grávidas, recomenda-se que seja evitada a gravidez durante o tratamento com o referido medicamento e, como medida preventiva, até sete dias após o término do tratamento. Finalmente, o Paxlovid não é recomendado para pacientes com insuficiência renal grave ou com falha renal, uma vez que a dose para essa população ainda não foi estabelecida.

Por Michelly Perez – Jornal O Estado de MS.

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