Homem alega que estava “incoporado” para se livrar de acusação de estupro

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Um homem, de 63 anos, foi preso em flagrante após estuprar uma adolescente de 15 anos. O crime ocorreu na segunda-feira (21), durante uma sessão individual em centro espírita, no Bairro Almeida Lima, na região do Jardim Zé Pereira, na Capital.

A mãe da vítima informou aos policiais que ela participou da sessão individual voluntariamente. No entanto, após a sessão, a adolescente saiu extremamente nervosa e contou que havia sido tocada em sua genitália pelo autor. O homem também teria forçado a adolescente a masturbá-lo.

Segundo o relato da vítima, o homem disse que ela não deveria contar nada a ninguém. Após ter chorado muito, a vítima conseguiu contar o ocorrido à mãe, que imediatamente acionou a Polícia Militar. A mãe afirmou que a adolescete é virgem e nunca teve nenhum tipo de relacionamento amoroso.

O autor foi preso em flagrante e submetido a um interrogatório policial. Ao ser indagado sobre o ocorrido, o acusado alega que não se recorda de ter praticado o ato, sob a justificativa de que estava “incorporado” por uma entidade.

De acordo com o acusado, é “comum” que durante a prática religiosa de transferência de energia, haja contato físico entre a entidade e a pessoa que está sendo atendida.

Ele também relata que durante o ato estava semiconsciente e que se houve contato sexual, foi com os pés da menina, pois é “de onde se começa a extrair as energias ruins, e depois com a mão”. Para se livrar da responsabilidade do crime, o homem reiterou que o pedido de sigilo feito à adolescente foi feito pela entidade.

O homem tentou justificar o crime, sob a alegação de que a entidade incorporada “retira a energia negativa de espíritos obsessores por meio das partes íntimas”, e que a vítima estava ¨carregada¨ e cheia de problemas em sua vida pessoal.

A vítima informou à genitora que o autor estava usando cueca azul, informação que foi confirmada na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). O acusado segue preso na DEPCA e será encaminhado para a realização de perícia. O caso está em investigação.

Denuncie

Estupro de vulnerável é quando o mesmo ato é praticado com um menor de 14 anos, com uma pessoa com deficiência que não tem discernimento para a prática sexual ou com uma pessoa que, por qualquer motivo, não possa ter reação ao ato, como ocorreu neste caso.

Serviço:

Disque 180

O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.

Disque 100

Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

O canal envia o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente.

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