Baixa adesão da vacina Pfizer Baby, disponível há uma semana, assusta

Vacina
Foto: Valentin Manieri

Em Campo Grande, do público-alvo, bebês com comorbidade, foram aplicadas apenas 16 doses

Doses da vacina Pfizer Baby estão disponíveis para imunização há uma semana em Mato Grosso do Sul. Para esta primeira remessa, 15 mil doses, o público-alvo são as crianças de 6 meses a 2 anos 11 meses e 29 dias com comorbidades. O público estimado em Campo Grande é de aproximadamente 1,5 mil crianças, entretanto até as 13h de ontem (18), apenas 16 crianças teriam tomado a vacina na Capital. 

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) explica que, para chegar ao número do publico-alvo, foi estimado que de 3% a 5% do total de 32.161 crianças da faixa etária sejam de bebês com comorbidades. Conforme o chefe da imunização, Evandro Ramos, esse número é preocupante tendo em vista que a vacinação em bebês e crianças com comorbidades foi iniciada em um feriado prolongado para facilitar o acesso dos pais e responsáveis às unidades de saúde.

Evandro disse que o mais assustador é que, ao que parece, as pessoas ainda não compreenderam a gravidade da COVID-19 na população infantil. “A desinformação pode estar deixando os pais e responsáveis receosos de levarem as crianças para se imunizarem, o que está criando uma barreira de proteção em relação ao acesso à vacina”, afirmou.

O chefe de imunização acrescentou ainda que é de total responsabilidade dos pais manter a carteira de vacinação das crianças sempre em dia. “No momento, está disponível nas unidades de saúde de Campo Grande a vacina contra COVID-19 para crianças de 6 meses a 2 anos com comorbidades, e essas crianças já têm uma vulnerabilidade maior, por isso reforçamos mais uma vez a importância de imunizá-las.” 

O secretário de Estado de Saúde, Flávio Britto, reforça que a vacinação é de extrema importância em todas as faixas etárias e que é necessário que os pais levem as crianças para se vacinar nesse primeiro momento, as com comorbidades, mas que fiquem atentos também em relação às xepas que costumam acontecer no fim de cada dia de vacinação. 

“Inicialmente são as crianças de 6 meses a 2 anos, mas cada vacina aberta possui dez doses, suponhamos que somente quatro crianças com comorbidades foram vacinar naquele dia, essas seis doses que sobraram são transferidas á outras crianças dessa mesma faixa etária, mesmo porque elas também precisam de imunização e não se pode jogar seis doses de vacina fora, então as pessoas precisam levar os filhos para vacinar”, afirmou.

Inclusive, segundo informações da Sesau, já foram aplicadas 46 doses da xepa, quase o triplo das doses aplicadas no público-alvo. O jornal O Estado percorreu algumas unidades de saúde. Às 10h de ontem (18), na UBS 26 de Agosto, no bairro Monte Castelo, havia um frasco que já tinha sido aberto, mas do qual apenas duas doses foram aplicadas até aquele momento.  

Já na UBS Dona Neta, às 10h40, a equipe encontrou com duas mães que têm o desejo de vacinar as filhas contra a COVID-19, mas que vão precisar esperar a chamada da xepa para conseguir o imunizante. A confeiteira Juliana da Silva, 30 anos, mãe da pequena Liz, 8 meses, levou a filha para tomar a vacina da gripe e disse que se fosse possível daria a da COVID-19 junto. 

“Eu acho muito importante ela tomar, porque ela tem mais duas irmãs que vão pra escola e que já tomaram a vacina, então ela também precisa ficar protegida, mas como tem de esperar a xepa e eu moro na chácara, acho que por enquanto não vou conseguir, mas assim que liberar eu venho vacinar ela com essa também”, destacou Juliana.

Além de Juliana, outras mães que pretendem vacinar os bebês sem comorbidades podem ir até os postos onde estão sendo aplicadas as doses e deixar o nome e telefone na lista de espera, e caso sobrem doses no fim do dia, serão contatadas para levá-los. 

Por Camila Farias e Tamires Santana – Jornal O Estado de MS.

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