A sigla pode se unir com PTB e PSC, porém, perder a prefeita Adriane para o PSDB
O presidente estadual do Patriota em Mato Grosso do Sul, deputado estadual e reeleito com 32.412 votos Lidio Lopes, informou que o fato de o Patriota não atingir a cláusula de barreira nas eleições deste ano foi determinante para que o partido iniciasse articulações para fusão com outras siglas, que estão no mesmo patamar, e não desaparecer. O PTB, que tem o ex-senador Delcídio do Amaral como presidente em Mato Grosso do Sul, é cotado pela direção nacional do Patriota para a fusão. Assim como o PSC.
A cláusula de barreira determina que só podem ter acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que alcançarem um dos seguintes critérios de desempenho: eleição de pelo menos 11 deputados federais, distribuídos em ao menos nove unidades da Federação; ou obtenção de, no mínimo, 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos 9 unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles.
Como o Patriota não alcançou o patamar, a saída é a fusão. “Como não atingiu o número de 2% de deputados e o suficiente, o Patriota terá de fazer uma fusão. E provavelmente o nome tem de desaparefcer, porque aí surge uma nova sigla. Essa é a dificuldade de se fazer parte de um partido pequeno. Essa foi a primeira eleição em chapa proporcional sem coligações. E o caminho para a finalização de muitos partidos é esse. Serão extintos e irão se construindo novas siglas para sobreviver”, disse Lidio Lopes durante entrevista à rádio 95,9 FM.
Entre as dificuldades nas eleições deste ano, o presidente do partido informou que quase não conseguiu montar chapa nas eleições e que perdeu cinco nomes daqueles que seriam seus candidatos no processo.
“Essa é a dificuldade, principalmente nós que somos pequenos. Não conseguimos segurar esses candidatos com musculatura política forte. E por isso o Patriota será extinto e irá fazer fusão com outros partidos.” Questionado sobre se o Patriota fará a fusão com o PTB, e sobre o que pensa, Lopes disse que conversou com o presidente nacional, e que o PTB é um dos outros dois partidos que devem fazer parte da fusão. “A gente surge com expectativa de presidir o novo partido em MS. Porque hoje temos dificuldade de estrutura, e se não tem o fundo partidário acaba frustrando até o surgimento de novos candidatos.”
Para demonstrar a força de sua gestão à frente do Patriota, Lidio Lopes afirma que vê sua atuação política crescendo a cada pleito, com cerca de 5 mil votos a mais. Ele diz que, por conta do trabalho no interior, tem votos nos 79 municípios.
Lopes afirma que o projeto com a esposa, Adriane Lopes, de vice-prefeita, foi realizado com sucesso. E que, após ela assumir a Prefeitura de Campo Grande, o Patriota apoiou o projeto de Marquinhos Trad (PSD) ao governo, que foi derrotado no primeiro turno das eleições. Ele salienta que, no segundo turno, o Patriota teve de tomar uma decisão.
“Fomos com o Riedel (PSDB) pelo trabalho apresentado, experiência de gestão, e o interessante é que, quando fomos procurados, comentaram que, pelo fato de Adriane ser prefeita de Campo Grande, teria influência ao desempenho de Riedel na Capital. Nós fizemos campanha, abrimos os bairros para que ele fizesse campanha e temos grande expectativa de que ele seja um grande governador para MS e ajude a gestão de Campo Grande. Isso já acontece com o governador Reinaldo Azambuja, e deve continuar com Riedel trabalhando para desenvolver a Capital.”
Procurado pelo jornal O Estado, Delcídio do Amaral não atendeu as ligações e não respondeu às mensagens.
Adriane Lopes e prefeitura
Lidio informou que a esposa, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, recebeu convites para deixar o Patriota após a eleição. Uma das siglas apuradas pelo jornal O Estado seria o PSDB. Adriane e o PSDB se aproximaram durante o segundo turno das eleições a governador de MS. O seu apoio foi decisivo para virada de voto e fazer que Eduardo Riedel fosse o mais votado em Campo Grande em relação ao Capitão Contar (PRTB). Adriane Lopes pode concorrer à reeleição em 2024 mesmo tendo sido vice na chapa de Marquinhos Trad (PSD).
Outros partidos também articulam fusão
Outros partidos também articulam possível fusão para fortalecimento da legenda. O PROS e o Solidariedade anunciaram, logo após o primeiro turno das eleições, em 2 de outubro, que tentam acordo para a fusão das legendas. O comunicado foi divulgado pelos presidentes das duas siglas, Euripedes Jr. e Paulo Pereira da Silva, o “Paulinho da Força”. O PROS elegeu três deputados e o Solidariedade elegeu quatro parlamentares. Do Novo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, disse que deseja fusão com outro partido para crescer. O PSC, que elegeu seis deputados federais, também considera uma fusão.
O partido divulgou nota dizendo que “está conversando com outras legendas sobre a possibilidade de fusão e informará assim que houver uma definição”.
O MDB já conversa com o Podemos, PSDB e Cidadania. A informação foi confirmada pelo colunista Igor Gadelha. Porém, o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), informou no dia 4 de novembro que o PSDB buscará realizar uma federação entre as siglas. O PDT e o PSB articulam um bloco para posteriormente definir fusão ou federação.
Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado do MS.
Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.