Ainda surgindo novos desdobramentos da guerra, a Rússia acusou neste domingo (6) a Ucrânia de atacar uma represa localizada no sul do país, causando cortes de água e eletricidade em Kherson, região anexada pelo Kremlin no fim de setembro.
De acordo com informações, seis mísseis foram disparados contra a represa de Kakhovka, na porção final do rio Dnieper. As autoridades russas conseguiram interceptar cinco equipamentos, mas um conseguiu driblar as unidades de defesa, atingindo e danificando a eclusa da barragem.
O episódio está sendo chamado de “ataque terrorista organizado pela parte ucraniana” pelos líderes da ocupação, que ainda relataram danos a três linhas de alta tensão no local, ocasionando na falta de água e eletricidade na cidade de Kherson e distritos próximos.
Após o ataque deste domingo, Ruslan Agaiev, representante da administração instalada pela Rússia em Nova Kakhovka, a 60 quilômetros da cidade de Kherson, afirmou que “tudo está sob controle. Um míssil caiu no local, mas não causou danos críticos. Isso pode interromper o abastecimento de água de grande parte do sul da Ucrânia “, mas acrescentou que o bombardeio pode causar prejuízos no resfriamento dos raptores da usina nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa, que extrai água da represa.
Sob a eminente possibilidade de mais ataques visando a represa, autoridades russas estão retirando civis dos arredores do local em operações classificadas como “deportações” dos cidadãos, por Kiev.
A barragem foi tomada pela Rússia no início da guerra contra a Ucrânia. Instalada no Rio Dnieper em 1956, a estrutura é uma das maiores do tipo no país, permitindo o abastecimento da península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
Desde outubro a instalação estava sob ameaça de ataques, tanto da Rússia como da Ucrânia, por ter uma infraestrutura estratégica e por poder ser usada como arma de coerção na guerra, já que qualquer ataque colocaria em perigo os habitantes da região.
A cerca de duas semanas, Volodimir Zelenski, presidente ucraniano, chegou a expressar preocupação durante o Conselho da União Europeia, afirmando que se a barragem explodisse mais de 80 localidades, incluindo Kherson, seriam inundadas rapidamente.
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