Fronteira fechada força Bolívia a suspender exportações de alimentos

Foto: Reprodução/Diário Corumbaense
Foto: Reprodução/Diário Corumbaense

Caminhões parados já têm prejuízo de mais de R$ 18 milhões

A Bolívia teve de suspender as exportações de seus alimentos para evitar escassez. O motivo se deve ao fechamento da fronteira entre Corumbá com Puerto Quijarro, que até ontem (28) durava seis dias. A cidade fica no Departamento de Santa Cruz.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Produtivo da Bolívia, Néstor Huanca, os alimentos suspensos são soja, açúcar, óleo e carne bovina.

“Para salvaguardar a segurança alimentar, está suspensa temporariamente a exportação de soja, açúcar, óleo e carne bovina.

A medida já está em vigor desde a zero hora dessa quinta-feira, 27 de outubro, e segue até que as condições normais de abastecimento sejam restabelecidas para toda a população boliviana”, disse o ministro, durante entrevista coletiva.

Na visão de Huanca, os principais responsáveis pelo prejuízo causado são os representantes da Comissão Interinstitucional promotora do Censo e da Comissão Cívica de Santa Cruz.

“Eles são culpados pelos danos e prejuízos milionários que estão sendo causados a Santa Cruz e ao aparato produtivo nacional”, completa.

Entenda: desde o último sábado (22), manifestantes do comitê cívico da província Germán Busch fecharam a fronteira.

O ato é para que o governo de Luiz Arce antecipe o Censo Demográfico até junho de 2023, e não em 2024.

Caso o censo seja realizado o mais rápido possível, serão disponibilizados novos dados populacionais, o que impacta no repasse de verba pública para investimentos e políticas sociais.

Esse é o terceiro “Paro Cívico” em protesto ao Censo Demográfico. O primeiro foi em 25 de julho e o segundo no dia 8 de agosto.

Caminhões parados 

Cerca de 700 caminhões estão parados na fronteira, tanto do lado boliviano como do lado corumbaense. Conforme explica o presidente do Setlog Pantanal (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística), Lourival Vieira Costa Júnior, o prejuízo estimado por caminhão é, em média, de US$ 5 mil dólares ao dia, que convertendo para reais estava a R$ 5,31.

Dessa forma, cada veículo está tendo impacto negativo de R$ 26.500, totalizando R$ 18.550.000 em prejuízos ao dia em toda cadeia logística.

Cada caminhão parado é um processo de exportação, e eu estou deixando de entregar e pegar essa carga. Em média o prejuízo é de 5 mil dólares em toda cadeia logística, desde a produção até chegar ao cliente”, explica Vieira.

Os veículos transportam vários tipos de produtos, como, por exemplo, fertilizantes, ferro, cerâmica, entre outros.

Por Izabela Cavalcanti – Jornal O Estado de MS.

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