Artistas destacam importância de retratar a memória de personagens históricos do Estado
Como parte das atrações do Festival Campão Cultural, realizado pela Fundação de Cultura do Governo do Estado, prédios do centro de Campo Grande recebem pinturas artísticas relacionadas à cultura de Mato Grosso do Sul. Os grafites desta edição dão continuidade à obra realizada no Campão de 2021, que retratou uma indígena kadiwéu na lateral do prédio que fica na Rua 14 de Julho, entre a Avenida Afonso Pena e a 15 de Novembro, próximo da Praça Ary Coelho.
Uma das obras fica no prédio da Faculdade Insted, na Rua 26 de Agosto, que está sendo produzida pelas mãos do artista paulistano DicesarLove, 48 anos. A arte é sobre Conceição Freitas da Silva, popularmente conhecida como “Conceição dos Bugres”, que foi uma escultora brasileira de origem indígena reconhecida como uma das maiores artesãs do Centro-Oeste brasileiro, em especial do Estado de Mato Grosso do Sul.
Pintura ao vivo
Durante o 2º Festival Campão Cultural, que acontece de 8 a 15 de novembro de 2022, o artista homenageará, durante todos os dias do festival, em um processo de pintura ao vivo “livepaint”, a talentosa escultora Conceição dos Bugres. O artista muralista DicesarLove grafitará uma empena lateral de prédio de aproximadamente 25×10 metros com uma imagem do artista e fotógrafo documental Roberto Higa.
“É um grande prazer participar desta segunda edição do campão cultural, vamos entregar a obra pronta até sábado (15). Apesar de o curto prazo vamos apresentar um projeto bem bacana para a população. Meu trabalho faz parte do projeto de artes visuais do Campão Cultural, que escolheu os artistas a dedo para realizarem os trabalhos de arte que ressaltarão a beleza do centro da cidade”, contou o artista.
Segundo o secretário de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, o evento tem essa proposta de ocupar todos os espaços e cantos da cidade, com diferentes linguagens, e o grafite é uma das expressões da arte contemporânea de grande força no Estado.
“No ano passado fizemos um edifício com uma homenagem às etnias indígenas e neste vamos realizar dois edifícios, com duas grandes forças de mulheres que representam a nossa cultura e, para além disso, nos espaços urbanos que estão sendo ocupados nos bairros e nas comunidades. A gente entende que a arte do grafite é uma expressão que congrega essa manifestação das cores, dos ícones e símbolos da cidade”, pontuou.
Outro mural que também será entregue é o que retratará a imagem de Tia Eva, no edifício onde funciona a Galeria São José, na 14 de Julho. A obra está sendo desenvolvida pelo muralista Diego Moura.
Tia Eva, como ficou popularmente conhecida, foi uma escrava nascida em Mineiros, Goiás. Eva Maria de Jesus sempre sonhou um dia poder criar suas filhas com a melhor educação do mundo. Em 1887, aos 49 anos, Eva obteve sua carta de alforria e veio para Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, ela teve uma histórica marcada pelo trabalho como lavadeira, parteira, cozinheira, curandeira e benzedeira, e tornou-se referência na comunidade à época.
Por Claudemir Candido – Jornal O Estado do MS.
Leia a edição impressa do Jornal O Estado do MS.
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.
Veja também: No feriado, mais de 4,1 mil pessoas visitaram o Bioparque Pantanal