O Corinthians conquistou o tetracampeonato do Brasileiro feminino de futebol. A equipe comandada pelo técnico Arthur Elias venceu o Internacional por 4 a 1, na final disputada ontem (24), na Neo Química Arena. O jogo bateu recorde de público do futebol feminino entre clubes do Brasil. Foram mais de 41 mil pessoas acompanhando o jogo.
O título é parte da bela atuação do Corinthians neste Brasileirão. As jogadoras do Timão só perderam uma partida no torneio inteiro, que foi o revés por 2 a 0 para o Palmeiras, no Allianz Parque, ainda na primeira fase.
Após empate por 1 a 1 no Beira-Rio, em Porto Alegre, no jogo em que fora estabelecido o efêmero recorde, o time alvinegro contou com a força de seus torcedores para vencer o Internacional por 4 a 1, de virada, em Itaquera, gols de Jaqueline, Diany, Vic Albuquerque e Jheniffer. Sorriso, do Inter, fez o gol que abriu o placar. Foi o quarto título brasileiro – o terceiro consecutivo – do clube que vem dominando a modalidade no continente.
A partida
Com um time bem ofensivo, o Corinthians iniciou a partida com pressão em cima do Internacional. A estratégia do técnico Arthur Elias deu certo e o time paulista abriu o placar aos dois minutos do primeiro tempo com uma cabeçada de Gabi Zanotti. Apesar disso, a árbitra Charly anulou o tento após notar, com auxílio do VAR, uma falta de Diany no início da jogada. Depois do susto inicial, a equipe do Internacional reagiu e equilibrou a partida. Em cruzamento na área corintiana, a goleira Lelê afastou, mas a bola caiu nos pés das gaúchas até que a zagueira Sorriso mandou para o fundo das redes, aos 13 minutos da etapa inicial.
Nove minutos depois, Yasmin recebeu pela esquerda, cruzou na segunda trave e encontrou Jaqueline. A meia do Corinthians emendou um chute de primeira e mandou para o gol. A virada do Corinthians veio aos 45 minutos, em jogada ensaiada de escanteio curto: Tamires cobrou o tiro de canto em direção à Adriana, que cruzou para Diany mergulhar e se redimir com o segundo gol das alvinegras.
Aos 47 minutos do segundo tempo, Jheniffer marcou o quarto gol do Corinthians. Após o gol, Jheniffer saiu para dar lugar a Grazi, até o apito final da árbitra.
Representatividade feminina
A agremiação preta e branca reativou o futebol feminino em 2016 e já naquele ano levou a Copa do Brasil. Depois disso, triunfou três vezes no Campeonato Paulista (2019, 2020 e 2022), uma na recém-lançada Supercopa do Brasil (2022) e as citadas quatro no Brasileiro (2018, 2020, 2021 e 2022). Foi também tricampeã da Copa Libertadores (2017, 2019 e 2021) e buscará o tetra no Equador, em outubro.
Bem estruturado, o Corinthians é entidade importante no fortalecimento da modalidade que tem projetos duradouros, como o da Ferroviária, e equipes que passaram recentemente a fazer maiores investimentos, caso do Palmeiras e do agora vice-campeão Inter. A avaliação de todos os envolvidos na tarefa é que ainda há muito a melhorar, mas o inegável crescimento é motivo de comemoração. “É um momento único. Vai ficar marcado para nós, atletas. Foi uma festa linda”, disse a atacante Millene, 27, do Inter, após a primeira partida, vista por mais de 36 mil.
A celebração com os estádios cheios não impediu reivindicações. Gabi Zanotti, craque do Corinthians, fez questão de apontar a diferença na premiação: o Brasileiro masculino paga R$ 33 milhões ao campeão; o vencedor da edição feminina levaria R$ 290 mil. A pressão fez a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) subir o prêmio para R$ 1 milhão e prometer números maiores nos próximos anos. “Quando eu falo em igualdade de premiação, não cobro que seja o mesmo valor do masculino, mas um valor que seja respeitoso com a modalidade. Entendemos que tem muito mais bilheteria, vendem-se muito mais produtos no futebol masculino. Estou falando só de respeito com a modalidade”, comenta a craque.
*com informações da Agência Brasil
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