Os principais nomes ao pleito estão postos e agora começará a campanha
Por Rayani Santa Cruz
Disputa para a vaga no Senado promete ser tão acirrada quanto do governo em Mato Grosso do Sul, isso porque postulantes, como o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (União) e a ex-ministra Tereza Cristina (PP) devem travar uma batalha frente a frente para conquistar o eleitorado. Além disso, se o juiz aposentado, Odilon de Oliveira (PSD) continuar no jogo e não sair como candidato a vice-governador ou deputado federal, deve angariar parte dos votos. O promotor Sergio Harfouche encabeça a ala conservadora e também surge como um nome novo e ideias diferenciadas pela jovialidade na política, aparece o professor Tiago Botelho do PT.
Mandetta é bem articulado, médico e já tem carreira política conhecida em Mato Grosso do Sul. Ele chega no tabuleiro disputando a única vaga ao Senado, fazendo oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL), e fortalecendo a candidatura de Rose Modesto ao Governo do Estado. Conhecido no país pela atuação à frente do Ministério da Saúde, quando a pandemia chegou no Brasil, Mandetta já promete que fará um contraponto as ideias do governo atual.
Segundo ele, vai demonstrar que MS, mesmo sendo um dos maiores exportadores de alimentos do país, ainda não mata a fome de todos os sul-mato- -grossenses. Só nessa pequena frase, ele já demonstra ser antagônico a ex-ministra Tereza Cristina, que é muito bem-vista pelo setor produtivo, mas nem tanto pelos mais pobres e que sentem no bolso quando há alta da cesta básica, frutas, verduras e carne vermelha.
Em eleição, o sentimento de “já ganhou” não existe, e mesmo, que por enquanto, a ex-ministra esteja bem avaliada na sua base eleitoral, os outros candidatos vão apresentar ideias e propostas fortes aos eleitores. A corrida vai ser árdua, já que com o quadro posto, a população começa a conhecer os candidatos.
Mandetta disse ao jornal O Estado, que pretende intensificar a campanha direto com a população. Na opinião dele, como há sete candidatos a governo também deveria ter sete postulantes ao Senado. O MDB, até o momento não definiu se terá candidato próprio ao Senado ou se fará aliança. A convenção será dia 5 de agosto.
“Quero provocar um debate bom a sociedade para que ela possa optar por um caminho que entender melhor. Eu percebi que há uma dubiedade em nosso Estado. E a situação de ter um setor forte na produção de alimentos, e as pessoas sem acesso ao alimento. Isso é algo que a gente deve tensionar, e o mínimo a gente pode tirar algumas políticas de segurança alimentar. Tem que ter alguém para levantar isso no debate, e o partido entende que isso é um bom caminho para se externar.”
Outro ponto é a ligação dos candidatos ao Senado com os candidatos ao governo. Tereza Cristina estará com Eduardo Riedel, do PSDB, que nunca disputou eleição e ainda tenta deixar o nome conhecido no Estado. Já Mandetta, andará ao lado de Rose Modesto, que foi uma das deputadas federais mais votadas de Mato Grosso do Sul na eleição de 2018, e tem pleno conhecimento e base eleitoral no interior.
Outro que terá candidatura forte, se de fato oficializar a disputa ao Senado, é o juiz Odilon de Oliveira (PSD), que em 2018 chegou ao segundo turno com o governador Reinaldo Azambuja. Ele carrega bandeiras contra a corrupção e tem simpatia popular pelo trabalho realizado contra o crime organizado na fronteira de MS. Conhecido como “homem da lei”, Odilon é bem-visto pela população e bem recebido nas periferias. Porém, Odilon andará ao lado de Marquinhos Trad, que promete oficializar candidatura ao Governo, no sábado, dia 30 e responde a denúncias de assédio sexual.
O professor universitário e advogado Tiago Botelho representa a jovialidade na política, e não tem medo de dizer que estará com Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Ele defende agricultura familiar, indígenas, minorias e políticas públicas para erradicar a fome, a pobreza e miséria. Tiago participa do pleito pela primeira vez e pode surpreender. Tiago fará parte da chapa com a candidata a governadora Giselle Marques.
Da ala conservadora, o promotor Sergio Harfouche é bolsonarista de carteirinha e representa boa fatia da direita sul-mato-grossense. Ele vai ser candidato de maneira independente e pode até “tirar votos” de Tereza Cristina, já que chega a dividir com ela a base eleitoral em favor de Jair Bolsonaro. Harfouche tem apoio dos evangélicos, conservadores, e da ala da extrema-direita. Ele já disputou duas vezes as eleições e teve 292.301 votos quando tentou o Senado em 2018, e mais de 40 mil votos anulados quando disputou a Prefeitura de Campo Grande em 2020.
Leia a edição impressa do Jornal O Estado MS.
Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.