Primeira Procuradora-Geral do Estado, Fabíola Marquetti fala dos desafios de ser mulher no judiciário

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Foto: Lethycia Anjos/O Estado Online

Em entrevista ao Podcast Entrevistando do Estado Play, a primeira mulher a comandar a Procuradoria-Geral de Mato Grosso do Sul, Fabíola Marquetti falou dos desafios de ser mulher no judiciário e destacou seus próximos planos de carreira.

Natural de Presidente Bernardes, São Paulo, Fabíola assumiu o cargo de Procuradora-Geral do Estado em janeiro de 2019 e entrou para a história como a primeira mulher a conquistar o cargo máximo da Instituição em Mato Grosso do Sul.

“Só ao assumir que me dei conta que eu era a primeira mulher e isso foi um desafio ainda maior. Quando a mulher assume uma função comandada majoritariamente por homens, têm uma pressão de fazer algo ainda melhor. Como você vai ser dita como a primeira mulher a assumir a função tem que desempenhar o papel muito bem para demonstra que o que vale são as capacidades e não o gênero”, destacou.

Para Fabíola, apesar de sua gestão representar um avanço na questão da paridade de gênero ainda há setores do Judiciário que precisam de mudanças, pois as mulheres são minorias como o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

“Nosso mundo jurídico é bem masculino, a procuradoria tem apenas 44% de mulheres, mas nas chefias conseguimos equilibrar, o segundo cargo mais importante que é da Corregedoria também é comando por uma mulher, contudo nas linhas superiores de gestão o número ainda é baixo, no Tribunal de Justiça só têm três desembargadoras e mais de 30 homens”, disse.

A procuradora esteve no cargo por três anos e durante sua gestão implementou medidas administrativas que ajudaram Mato Grosso do Sul a ampliar a arrecadação e reduzir o déficit público estadual.

Dados do Caderno de Gestão Estratégica da PGE, divulgados em fevereiro deste ano, apontam que o estoque de precatórios saiu de R$ 568 milhões em 2015 para R$ 375 milhões em 2021, o que corresponde a uma redução de 34%.

“Meu maior foco de atuação foi unificar a instituição, precisávamos de uma identidade forte e isso só acontece quando se têm o engajamento das pessoas. Foi uma gestão humanizada e focada também na modernização”.

Novos desafios

Em março deste ano Fabíola anunciou que deixaria o cargo para entrar na disputa da lista sêxtupla do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) pelo Quinto constitucional.

“Essa vaga do TJ abriu após a aposentadoria do desembargador Claudionor Duarte e a Ordem dos Advogados terá a possibilidade de indicar uma lista sêxtupla, para que o Tribunal escolha três nomes e o Governador do Estado escolha o representante”, explicou.

Quinto constitucional consiste no mecanismo que confere uma porcentagem dos assentos existentes nos tribunais aos advogados e promotores. Uma a cada cinco vagas nas Cortes de Justiça é reservada a esses profissionais. 

“O universo jurídico trata das mulheres, mas ainda é um lugar bastante masculino o que reforça nossa obrigação de ter a iniciativa de trazer cada vez mais mulheres para o setor”, ressalta.

Confira a entrevista completa:

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Com informações da PGE.

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