Por KARINE DIAS (JORNAL O ESTADO MS) – Dividido pelos ramos Lobinho (6,5-10 anos), Escoteiro (11-14 anos), Sênior (15-17 anos) e Pioneiro (18-21 anos), o ME (Movimento Escoteiro) em Mato Grosso do Sul retorna as atividades aos poucos. Dos 20 grupos do estado, já somam mais da metade com programação ativa.
O ME foi criado, por essência, para o jovem, e também feito por eles, com o auxílio de adultos voluntários. Se chama movimento por estar em constante transformação, acompanhando as mudanças da geração, mas sem perder seu propósito educacional.
Por meio de atividades variadas e atraentes, o Escotismo incentiva os jovens a assumirem seu próprio desenvolvimento. Por meio da vivência nas Unidades Escoteiras Locais, os jovens aprendem e tomam gosto por se envolverem com a comunidade, se transformando em verdadeiros líderes. Por meio da proatividade e da preocupação com o próximo e com o meio ambiente, os jovens são engajados em construir um mundo melhor, mais justo e mais fraterno.
Jefferson de Padua, 45 anos, está no movimento desde 1984 e, conforme avalia, muito do que é hoje, veio do Escotismo. “Aprendi muito com o movimento e com os jovens, enquanto voluntário e trabalhando com eles. O maior desafio neste momento é fazer da região escoteira ainda maior. Que o movimento continue crescendo”, explica.
É no grupo escoteiro que o Escotismo verdadeiramente acontece. Quem aplica as atividades, dinâmicas e ajuda os escoteiros são os adultos voluntários, conhecidos por escotistas. Os jovens, por sua vez, são divididos conforme sua faixa etária para que o Programa Educativo possa ser trabalhado nas seis áreas de desenvolvimento: físico, intelectual, social, afetivo, espiritual e de caráter, com base nas características individuais de cada fase.
O Programa Educativo foi pensando para estar inserido no cotidiano dos jovens, de acordo com suas necessidades de crescimento e do meio onde os jovens se desenvolvem, se adaptando a diferentes realidades e respeitando sua autonomia.
Juraci Oliveira Costa, 54 anos, relembra que a filha começou no movimento e que logo percebeu nela mudanças positivas, coisas simples. “Foi assim que eu quis conhecer de perto o movimento e me aproximando vi o quanto ele precisa de voluntários e, assim, sou até hoje. O movimento nos dá a oportunidade de contribuirmos para um mundo melhor. O mundo será bem melhor se começarmos com nossas crianças orientando e preparando-as”, acredita. Juraci lembra, ainda, que antes do movimento era muito “urbana” e que agora, ama estar em contato com a natureza, fazendo trilhas e outras atividades.
Viviane Matzenbacher, 41 anos, relata que o movimento a ajudou muito com a educação da filha. “Quando entramos no ME eu estava tendo dificuldades com a educação dela, em fazê-la entender e cumprir regras. Além disso, me fez uma pessoa melhor no sentido de que me tornei mais empática com as situações a minha volta”.
Ana Rita Amarilia, 47 anos, também conheceu o movimento por conta do seu filho, participando desde 2017 da programação. “Minha história é semelhante à de muitos pais que levam o filho e acabam assumindo a chefia para ter a oportunidade de estar, também no escoteiro, em uma atividade familiar. Isso faz a diferença. O Movimento Escoteiro é amor, pois envolve o voluntariado e a busca por um mundo cada vez melhor”, avalia.
Pensando global e agindo local, o Escotismo acredita que, por meio de boas e pequenas ações, podemos transformar o mundo. Mundialmente, o Movimento Escoteiro pretende ser o mais importante movimento educacional juvenil do mundo, possibilitando que 100 milhões de jovens sejam cidadãos ativos em suas comunidades e no mundo, baseados em valores comuns.
Para conhecer mais sobre o ME e descobrir qual o mais próximo da sua casa, acesse o site escoteirosms.org.br.
História
O Movimento Escoteiro foi fundado em 1907 por Robert Baden-Powell, na Inglaterra. Baden-Powell aproveitou os elementos positivos de camaradagem, iniciativa, coragem e autodisciplina presentes na sua vida militar, bem como técnicas que seriam úteis no desenvolvimento dos jovens para criar um novo movimento educacional.
A partir de saberes e habilidades que aprendeu enquanto esteve na Índia e na África, ele escreveu, em 1899, um livro chamado “Ajudas à Exploração Militar” (Aids To Scouting), que continha informações sobre seguir pistas, exploração e técnicas que se referiam à vida em campo. O sucesso foi tanto que os jovens ingleses usaram para se divertir e viver novas aventuras.
Percebendo o enorme interesse dos jovens em aprender e replicar as técnicas citadas no livro, Baden-Powell empenhou-se em adaptá-lo para ser utilizado pelas escolas britânicas. E foi assim, reunindo as experiências e as atividades ao ar livre que criou um estilo de vida que passou a ser utilizado na educação e formação dos jovens: o Escotismo.
Com informações Escoteiros do Brasil.