Premiação é pelo trabalho feito em prol dos pequenos no Brasil e no Haiti
O Dia das Crianças chegou e apesar das desigualdades sociais que muitos pequenos sofrem, ainda há esperança em quem luta por um mundo mais igualitário e humanizado. A organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras é uma das instituições que recebeu a medalha Zilda Arns 2021. A homenagem foi criada como um instrumento para identificar e disseminar as práticas bem-sucedidas na área da primeira Infância que estejam contribuindo de forma significativa para a defesa e garantia dos direitos desta fase tão importante da vida.
A honraria, que é entregue a trabalhos e projetos sociais voltados ao atendimento de crianças e adolescentes foi concedida durante o 7º Seminário Nacional e Internacional de Políticas Públicas, na última quarta (6) e quinta-feira (7), em Forquilhinha – Santa Catarina.
O vice-presidente da FSF, Ranieri Dias, é quem representou a Organização durante o evento e recebeu a medalha em nome da FSF. “É um prazer recebermos o reconhecimento dos trabalhos prestados durante os últimos 11 anos em prol daqueles que tanto precisam”, disse Ranieri Dias.
A homenagem foi criada como um instrumento para identificar e disseminar as práticas bem-sucedidas na área da primeira Infância que estejam contribuindo de forma significativa para a defesa e garantia dos direitos desta fase tão importante da vida.
“A FSF é uma entidade reconhecida mundialmente por ações em vários países na área de proteção à infância e tem um trabalho que é reconhecido mundialmente e também por nós, com o prêmio Zilda Arns. São entidades que cuidam da primeira infância de um modo especial e seguem o exemplo da Doutora Zilda em defender o direito da criança”, defende a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Lilian Arns.
Durante o evento foram abordadas as políticas públicas para a primeira infância nos diversos níveis, buscando a proteção integral. Essa é a sétima edição do evento realizado na cidade natal da médica, que fundou a Pastoral da Criança e morreu em 2010, durante o terremoto no Haiti.
A premiação
A FSF tem como missão o amparo às crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social no Brasil e na África. Atualmente, são 21 mil acolhidos nos 10 projetos com atuação em seis países (Moçambique, Madagascar, Malawi, Senegal, Haiti e Brasil). Um dos exemplos são, em Madagascar, com o Projeto Ação Madagascar, oferecemos tratamento nutricional para crianças com desnutrição; em Moçambique, com o Acolher Moçambique, no Malawi, com o Nação Ubuntu, no Senegal, com o Chemin du futur, temos a preocupação em garantir educação, alimentação e higiene aos acolhidos.
No Brasil, o projeto ‘Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel’ oferece aulas de música gratuitas para crianças da periferia da Capital, além disso, a Organização apoia os projetos ‘Amor sem Dimensões’, com tratamento médico a crianças com microcefalia e o ‘Jardim das Borboletas’ com tratamento e cuidados especiais para as crianças diagnosticadas com uma doença rara chamada Epidermólise Bolhosa.
Thaís de Souza Pereira, assistente social da FSF, que acompanha de perto os projetos abraçados pela Organização, salientou a importância da ‘Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel’. “Quando abraçamos um projeto que trabalha com crianças, estamos abraçando um novo futuro, ao mesmo tempo que nos inserimos na construção de uma nova mentalidade, mais humana e mais fraterna. É muito mais profundo que ajudar, é acreditar e agir por um mundo melhor confiando nos mais pequeninos e ampliando a nossa forma de amar”.
“Nosso objetivo é auxiliar as crianças no desenvolvimento, não apenas no caso de pessoas em vulnerabilidade social, mas também colaborar ajudando na capacidade de expressão, equilíbrio, a elevação da autoestima, conduzindo eles ao autoconhecimento e mostrando uma outra visão do mundo”, conclui Thaís de Souza Pereira.
Amor pelo que faz
O Maestro Orion Cruz, responsável pela orquestra, não esconde a felicidade em trabalhar com as crianças e compartilhar seu conhecimento. “Para nós é uma satisfação imensa o dia das crianças, pois é um dia de grande festividade, e logicamente como adulto que somos temos a nossa criança interna, fomos criança um dia, mas carregamos a alegria de ser quando estamos em meio às crianças. A nossa atividade musical permite que nós adentremos em qualquer lugar e ao adentrar no universo da criança temos a oportunidade de pensar como criança, de entender todos os fatores cognitivos das crianças, o momento em que a criança está passando e a atividade musical leva os pequenos para outro universo”.
Segundo Cruz ensinar música aos pequenos é também aprender com eles. “A música propicia muitas identificações, tanto a identificação pessoal da criança, quanto a nós adultos vivenciando situações com as quais aprendemos todos os dias. Por isso que eu digo, feliz aquele que trabalha com as crianças e consegue ter um pouco mais de lucidez nesse mundo tão caótico em que estamos. Criança sempre, salve dia 12 de outubro, Salve as crianças e salve a nossa criança interna, que todos consigam olhar pra dentro de si, buscando obviamente essa criança interna que temos, que foi exaltada pelo cristo. Feliz dia das crianças”, finaliza.
Serviço
Para saber mais sobre o Fraternidade sem Fronteiras, acesse: https://www. fraternidadesemfronteiras.org.br.
(Texto de Marcelo Rezende)