Poeira, barulho e dificuldade de mobilidade estão entre principais queixas da população na região
As obras de revitalização na Rui Barbosa tiveram início em junho deste ano e fazem parte da segunda etapa do Programa Reviva Campo Grande, com duração prevista de 1 ano e 3 meses. No total serão executados serviços em 7 quilômetros, iniciando na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), até a Avenida Rachid Neder. Contudo, a população que transita diariamente pelo local e os comerciantes da região apontam que desde o início das obras contabilizam prejuízos tanto econômico quanto de deslocamento, com as interdições.
De acordo com o secretário da Sisep (Serviços de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, as obras na extensão da Rui Barbosa começaram há, aproximadamente, 90 dias e estão na fase de drenagem.
“A princípio as reformas aconteceram na Fernando Corrêa, depois subiu para a Mato Grosso e agora está concentrada ali depois da Santa Casa. A parte de drenagem é a que provoca maior interferência no trânsito. Depois vamos começar com a execução das calçadas. As obras no Centro como um todo devem durar até agosto do ano que vem”, informa.
De acordo com o gerente de fiscalização da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Carlos Gomes Guarani, a fiscalização está acontecendo de forma intensa nos trechos de obras, assim como a sinalização, mas pontua que o acesso está restrito aos comerciantes, moradores e clientes locais.
“A Rui Barbosa está interditada entre a Barão do Rio Branco e a Rua Dom Aquino, permitindo somente o acesso local. É bom frisar que o acesso local é somente para comerciantes, clientes e moradores. Não adianta as pessoas entrarem nessa interdição achando que vão cruzar com a rua seguinte”, destacou.
De passagem pela Barão do Rio Branco, o comerciante Eduardo Guilherme, 57, comenta que, apesar de as obras serem necessárias, prejudicam o comércio local.
“As obras são necessárias, mas eu acho que prejudicam muito, terminaram agora de fazer o calçamento desde a 14 até a Fernando Corrêa, e o pessoal do comércio ficou muito tempo parado. Agora fazendo isso aí, não sei quanto tempo o vão sobreviver. Eu tenho comércio, mas ainda bem que não é aqui, se não eu teria desistido”, desabafa.
“Só quem é comerciante sabe o transtorno que a obra causa; eu já teria desistido de trabalhar aqui”, disse.
Claudete da Silva, 66 anos, é dona de uma ótica localizada na Barão do Rio Branco, na esquina de onde estão acontecendo as obras. Para ela, apesar de necessárias, o movimento foi prejudicado pela pandemia e piorou com a poeira.
“É difícil para nós comerciantes, mas a melhora vem depois. O movimento afetou, os primeiros dias que eles estavam aqui na frente ficou zerado o movimento. Ficou difícil por conta da poeira, do barulho, mas os funcionários da prefeitura vieram conversar com a gente”, relata
Transporte coletivo disputa espaço
Vale lembrar que em julho deste ano o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo da Capital, teve ameaça de ter de pagar multa prevista em contrato com a prefeitura, pelos atrasos nos trajetos que passavam pelas obras, e os ônibus tiveram de alterar a rota, e desde então disputam espaço em ruas alternativas que ganharam fluxo dobrado de veículos por conta dos desvios. O resultado foi a reclamação e o descontentamento dos usuários.
(Texto de Isabela Assoni)