O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) deu ordem para que todos agentes de combate a incêndios do órgão ambiental em campo no país voltassem imediatamente para as suas bases. A decisão foi divulgada ontem (22).
A ordem partiu da Diretoria de Proteção Ambiental, que opera o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais. E atinge os 135 brigadistas do Prevfogo que atuaram no Pantanal, por questões financeiras.
Apesar do ofício ter sido assinado por Ricardo Vianna Barreto, chefe-geral do Prevfogo, em Mato Grosso do Sul a equipe já vem sendo desmobilizada desde a última semana. Faltam verbas para pagar as diárias, hospedagens e alimentação, além dos incêndios.
Após consumir 4,2 milhões de hectares do bioma, o fogo está diminuindo. Por toda a semana, são pouco mais de 100 focos identificados por dia, com 139 na segunda, 128 na terça, 118 na quarta e 110 ontem, até a conclusão desta reportagem. Ou seja, a partir de agora o combate aos incêndios será dos bombeiros e com outras brigadas voluntárias.
O Ibama encara uma queda de braços com o Ministério da Economia e alega que órgão tem segurado a execução financeira de seu orçamento. No fim de agosto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a informar que, por causa de bloqueios financeiros para o Ibama e ICMBio (Instituto Chico Mendes), seriam interrompidas todas as operações de combate ao desmatamento ilegal em todo o país.
A paralisação chegou a ser oficializada, mas poucas horas depois o governo recuou. O vice-presidente Hamilton Mourão chegou a declarar que não havia nenhum bloqueio e que Salles tinha se precipitado. Procurado, o Ibama não se manifestou sobre o assunto até a conclusão desta reportagem. Confira outras notícias.
(Texto: Rafael Ribeiro)