Governo comemora aumento nas vendas mas busca diversificação
Nem tanto o boi nem tanto a soja. Mesmo crescendo em números estratosféricos neste ano, diante da demanda mundial por alimentos, os produtos disputam fortemente o pódio da balança comercial estadual com a celulose. E não é para menos, dentro do cenário brasileiro de uma economia de baixo carbono, a base florestal de Mato Grosso do Sul se destaca representando 7% do PIB estadual e uma receita bruta de cerca de R$ 10 bilhões, considerando florestas plantadas, móveis e produção de celulose. Os dados são de Carta de Conjuntura do Governo do Estado com base na PEVS (Pesquisa sobre Extração Vegetal e Silvicultura do IBGE).
E mais, os segmentos de florestas e industriais produzem cerca de 12 mil empregos, sendo 5,5 mil na fabricação de celulose, aponta o levantamento.
Com este “mar de eucaliptos”, os resultados para Mato Grosso do Sul, de janeiro a setembro de 2020, apontam para a manutenção da primeira posição como exportador de celulose no Brasil, com aumento de participação de 25,16% para 29,27% em 2020. Em valores foram mais de US$ 1,3 bilhão em exportações.
“Evoluímos muito nossa base florestal neste período. Convém destacar alguns pontos como o rankeamento positivo do Estado nas exportações. Hoje o setor representa 7% do PIB, e tem uma importante receita bruta. Isso aponta o tamanho e a importância do setor na economia. Temos questões positivas. Hoje MS é o primeiro na exportação de celulose do Brasil. Isso mostra quanto somos voltados para mercado exterior. É uma característica diferenciada para exportação”, avaliou o secretário de Produção e Meio Ambiente (Semagro), Jaime Verruck.
Além disso o secretário destaca que, de 2014 até hoje, MS expandiu em mais de 300 mil ha de florestas de eucalipto. Em termos de área plantada, a evolução recente mostra, tanto em termos de crescimento como em termos de ganhos de participação no cenário nacional, o aumento de participação de Mato Grosso do Sul no contexto do setor
“Em termos de produção florestal, o setor representava em 2013 cerca de 10% da área nacional passando para 14,77% em 2019, chegando a 1,13 milhões de hectares de eucalipto plantado”, informou o secretário. Com relação à produção de produtos, o item mais representativo foi madeira em tora, que ampliou em 193% a produção de 2010 a 2019 ao passo que a média nacional teve um avanço de 13%. Com isso o Estado elevou de 4,5% para 11,6% a participação no ranking nacional.
Na principal destinação dos 15 milhões de metros cúbicos de madeira em tora produzidos em 2019, 14 milhões foram para a produção de celulose. Os valores da produção de madeira em tora para papel e celulose no Brasil tiveram uma expansão mais significativa a partir de 2016 a 2018, quando cresceu cerca de 20%, embora alguns estados tenham se destacado, como Mato Grosso do Sul, onde essa expansão chegou, no mesmo período, a 85%, bem acima da média nacional.
A queda verificada de 2018 para 2019 se mostrou significativa na produção de madeira em tora para papel e celulose, sendo para 15,02% no Brasil e 16,6% na produção de Mato Grosso do Sul. “Isso aponta como o segmento é pujante, e estamos trabalhando para investir no plano estadual de florestas. Contratamos já a revisão deste plano e queremos trazer outros elementos importantes ao mercado com toda a sustentabilidade”, acrescentou o titular da Semagro.
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(Texto: Rosana Siqueira)