Com chuvas programadas até o final do mês, os rios de Mato Grosso do Sul ganham uma esperança. Afinal, segundo dados do Imasul (Instituto de Meio Ambiente do Estado), os três principais dele estão em estiagem e com níveis considerados críticos.
O mais preocupante deles é o Rio Paraguai. No ponto de medição de Porto Esperança, a régua atingiu 93 negativos. A situação não é diferente da régua de Ladário, cuja margem está em queda constante. Ontem (15), estava em -30, depois de medir -28 e -27 na quarta (14) e terça (13), respectivamente.
Nos dois trechos, já está no que os especialistas chamam de ‘volume morto’ e ameaçando gravemente o biossistema local, tanto para a natureza, quanto para os moradores de cidades em suas margens, que estão com o abastecimento de água ameaçado.
A melhor condição do Paraguai é em Porto Murtinho. Nos três últimos dias, a medição apontou 1,09 metro de profundidade. Muito por conta da chuva de 25,8 milímetros registrada na região.
No Rio Piquiri, no trecho que faz divisa com Mato Grosso, onde não deu sinal de chuva, o nível ficou em 1,67 metro. Mesma situação do Rio Aquidauana, que no posto de medição da cidade homônima, atingiu a marca de 1,81 metro. Em ambos os casos, os banhistas já conseguem ficar de pé dentro dos cursos de água.
Segundo as normas do Imasul, o sinal de alerta dos rios aparece quando o é atingido um nível considerado de estiagem, abaixo da cota com permanência de 95% abaixo do leito.
A previsão do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) aponta chuva em diversas regiões de Mato Grosso do Sul até o final do mês. O órgão estadual aponta que o volume de água vindo do céu pode chegar a 110 milímetros durante essa segunda quinzena do mês.
Coordenadora do Cemtec, Franciane Rodrigues, explica que a promessa é que as chuvas retornem nessa segunda quinzena de outubro com maior efetividade, com acumulados de até 40 milímetros já possibilitando o fim da estiagem.
Queimadas diminuem com chuvas
As chuvas que ocorreram no Pantanal ajudaram a eliminar a maioria dos focos de queimadas da região. A boa notícia foi dada na tarde de ontem (14), em coletiva do governo do Estado. Apesar disso, a força-tarefa do Estado vai continuar monitorando a região para garantir a extinção das chamas. Somente neste ano, o Pantanal perdeu 24% de sua região para o fogo.
Segundo o relatório do Corpo de Bombeiros, foram registrados focos de calor nas proximidades de Corumbá, Ladário e nas regiões de Rio Negro e divisa com Mato Grosso, locais que tiveram chuva. Os pontos de incêndio foram eliminados no Parque Estadual do Ivinhema.
(Texto: Rafael Ribeiro com Raiane Carneiro)