Revendas da Ford na Capital vão investir na venda de importados

Fechamento de três fábricas no Brasil trará demissão nas concessionárias

Após o comunicado da Ford, no dia 11 de janeiro deste ano, anunciando o fim da produção no Brasil e o fechamento de três fábricas, os trabalhadores da concessionária passaram por dias de incertezas, perante o novo cenário. No entanto, mesmo com o fim da venda de modelos como o Ford Ka e o EcoSport, o mercado da Capital está com boas projeções e no aguardo de que os novos modelos cheguem até as lojas o quanto antes.

A equipe do jornal O Estado conversou com o representante da concessionária da marca, na Capital, que revela que até o momento todos os salários estão sendo pagos e uma negociação já está sendo realizada com a intenção de evitar demissões e prejuízos aos colaboradores.

Segundo Eduardo Pinheiro, diretor da concessionária Auto Master Veículos, localizada na Avenida Ceará, na Chácara Cachoeira, a mudança já era esperada pelo setor, tendo em vista que a marca já estava trabalhando em um novo modelo de mercado, que aposta na venda de SUVs e picapes nos Estados Unidos.

“As concessionárias passarão a operar com os produtos importados e já existe uma série de lançamentos que a Ford está trazendo para o país. Neste sentido, somos muito parecidos com os Estados Unidos, em questão de território e nesse cenário a Ford vem priorizando desde 2018, picapes e SUVs grandes. Entre os novos modelos esperados estão: o Ford Bronco, que vem do México, e tem a picape Maverick, que é uma ranger menor, também produzida no México; a Ranger continua vindo da Argentina, então as concessionárias continuarão vendendo, mesmo que seja uma fase de adaptação até esses produtos chegarem”, revelou.

Questionado sobre se a mudança poderia provocar um aumento no número de demissões, o diretor explica que na revenda, por exemplo, o total de funcionários é de aproximadamente 55. Número que já vem caindo desde o início dos ajustes da marca, em 2018, quando o número era de 70 funcionários; em 2019, já recuou para 60 e em 2020, com a pandemia, foi para 50.

Mesmo assim pontuou que a associação busca uma verba para atender aos colaboradores com um auxílio neste período de adaptação, mas, em decorrência do novo perfil dos produtos, não descarta a demissão de até 20% dos funcionários atuais.

“No pós-vendas temos toda uma linha para dar assistência, porém, quando olhamos para as vendas, com produtos novos e mais caros, teremos certamente um ajuste no perfil do profissional. Mas não vejo um grande ajuste em termos de funcionários, pois a Ford já está trabalhando para trazer esses novos produtos. Tem uma negociação com a associação da marca e a montadora, para definir uma verba enquanto, não chegam os novos produtos,. Isso visa manter a equipe, a intenção é a de não demitir neste primeiro momento, Estamos aguardando o suporte da Ford”, pontuou.

Se para os funcionários a notícia causou um choque e até mesmo preocupação, para os clientes, principalmente entre aqueles que possuem EcoSport e Ford Ka, o momento é de incerteza sobre a valorização e sobre como ficam os serviços e as assistências oferecidos pela empresa. Mesmo assim, o diretor afirma que não é necessário vender o veículo, já que os serviços de pós-vendas continuam normalmente.

“O cliente, por outro lado, tem duas preocupações, neste momento, a primeira: a desvalorização do produto, mas vemos a um mercado cada vez mais consumidor, e devemos lembrar, que quem dá valor ao produto é o mercado de usados, então ele vai continuar vendendo bem, além de ser um produto estável, sem problemas de manutenção, algo que o mercado valoriza, assim como, a parte de design.

Em segundo lugar, do lado de assistências de peças e reposição, a situação continua tranquila, não temos reclamações até mesmo, por que já temos outros modelos fora do mercado e continuamos oferecendo todos os serviços”, conclui.

(Texto: Michelly Perez)

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