“Tirar uma mulher do ciclo da violência é dar a ela a oportunidade de viver com dignidade”

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Foto: João Gabriel Vilalba

Foi realizado na manhã desta terça-feira (21), no auditório da Casa da Mulher Brasileira, a campanha “21 Dias de Ativismo pelo fim da Violência contra as Mulheres”. A campanha é mundial e em Campo Grande iniciou-se hoje, com ações que irão até o dia 6 de dezembro.

Estiveram presentes no lançamento a Subsecretária de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini, o Secretário Municipal de Governo e Relações Institucionais, João Rocha, a delegada titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher), Elaine Benincasa e a prefeita da Capital, Adriane Lopes.

Acolhimento

Para a subsecretária de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini, o acolhimento e a oferta de uma rede de apoio bem estruturada para as vítimas de violência é um dos passos mais importantes. “Não podemos minimizar, relativizar e banalizar as violências que as mulheres sofrem. Tirar uma mulher do ciclo da violência é dar a ela a oportunidade de viver com dignidade, é dizer a ela que é possível viver uma vida livre da violência, pois essa violência atinge primeiro a mulher, mas o reflexo é em toda a família, especialmente nos filhos e nas filhas que são testemunhas dessa violência”.

A delegada titular da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), Elaine Benincasa, reforça que a rede de atendimento a proteção a mulher é muitas vezes pensado como dever apenas de órgãos públicos e entidades privadas, mas para ela é uma obrigação conjunta.

“É cada um de nós, é a mídia, parentes, amigos, que precisam, com os demais órgãos, ter esse conhecimento, ter essa informação. Então, o que estamos fazendo aqui é levar informação a todos, para que se fortaleçam e denunciem essas ocorrências. Porque se não, essas situações de violência serão invisíveis”.

Conforme a delegada, em 2022 Campo Grande registrou 14 feminicídios e este ano, até o mês de novembro, foram registrados sete casos. As denúncias, segundo ela, são fundamentais para que a rede de proteção funcione.

“O número de registros de boletins de ocorrência sobre violência domestica tem aumentado e isso é bom, quer dizer que o que nós estamos fazendo esta surtindo efeito. A partir do momento em que há denúncia, toda maquina estatal, municipal, vai ser movimentada em prol dessa mulher. Então a importância primordial é com certeza é a denúncia em relação a crimes domésticos”, disse.

Políticas públicas

Para Stephanini, o funcionamento da Casa da Mulher Brasileira é resultado do compromisso do poder público no enfrentamento e combate da violência contra a mulher. “A Casa representa a proteção e o acolhimento das mulheres que dela necessitam. É aqui que vamos receber essa mulher, acolher de forma humanizada, dar as condições e apoio técnico e emocional para que ela saia em segurança do ciclo da violência. Esta campanha também representa a prevenção, é fundamental a prevenção”.

Além disso, a delegada reforça a necessidade do poder público em relação à violência. “Precisamos de políticas públicas eficientes, eficazes, não politicas publicas midiáticas, de quem tem conhecimento no serviço, do que precisa, os limites”.

Também presente no lançamento, a Prefeita Adriane Lopes, disse que as ações do município também são voltadas a conscientização. “Estamos preventivamente, com ações nos bairros para conscientizar as mulheres e os homens da nossa Capital, sobre a importância do valor das mulheres, do respeito, para quer possamos fazer uma campanha de 21 dias com a participação de todos”.

Além da promoção das ações que serão realizadas durante os 21 dias, a abertura da campanha também trouxe os resultados do programa ‘Recomeçar’, que em termo de cooperação com o Tribunal de Justiça e o Ministério Público, promoveu a reeducação dos homens autores de violência doméstica e familiar. “É muito importante, pois contribui para diminuir a reincidência nos crimes de violência domestica e familiar contra as mulheres”, diz a subsecretária.

Confira as atividades:

Quarta-feira (22):

Palestra Violência contra as mulheres ‘Prevenir é Melhor’, em dois horários: às 8h e às 13h, na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul);

Quinta-feira (23):

Palestra Violência contra as mulheres ‘Prevenir é o Melhor’, 19h na Escola Municipal Nerone Maiolino no Bairro Vida Nova;

Sexta-feira (24):

Encontro “BrasilSemMisoginia – Misoginia: Conceito e relações entre machismo e sexismo, às 8h na Casa da Mulher Brasileira;

Terça-feira (28);

Roda de conversa: Violência contra as mulher, serão duas palestras: às 15h na associação de moradores do Arnaldo Estevão de Figueiredo e às 19h na Escola Municipal Pe Tomaz Ghirardelli no Bairro Parque do Lageado;

Quarta-feira (6 de dezembro);

Caminhada do Laço Branco Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, às 8h com saída do Paço Municipal até a Praça do Rádio Clube.

Com informações do repórter João Gabriel Vilalba.

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