Lavouras representam mais de R$ 50 bilhões dos lucros no campo
Mato Grosso do Sul somou R$ 73,4 bilhões em estimativa de Valor Bruto da Produção (VBP). O montante equivale a 12% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a agropecuária teve renda de R$ 65,3 bilhões.
As lavouras devem representar R$ 50,4 bilhões do montante, puxado pela soja, com previsão de gerar mais de R$ 33 bilhões. A alta no VBP ficou em 14,3% diante de 2020.
Na pecuária o aumento previsto é de 8,5% no valor, somando pouco mais de R$ 23 bilhões. No ano passado o setor movimentou R$ 21,2 bilhões.
No país, o valor da produção das lavouras foi de R$ 749,9 bilhões e o da pecuária, de R$ 356,5 bilhões. As lavouras tiveram um crescimento de 11,9% em valores reais, e a pecuária, de 5,4%. O VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) de 2021, calculado com base nas informações de agosto, está estimado em R$ 1,106 trilhão, maior 9,7% que o obtido em 2020 (R$ 1,008 trilhão).
Os produtos que mais impulsionaram o VBP foram o arroz (3,9%), cana-de-açúcar (4,3%), milho (6,8%), soja (28,5%) e trigo (38,6%).
De acordo com José Garcia Gasques, coordenador de Avaliação de Políticas e Informação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a contribuição desses cinco produtos se deve a bons resultados de produção e de preços. Eles respondem por 81% do VBP das lavouras.
Na pecuária, os que mais contribuíram para o aumento do VBP foram carne bovina (6,8%) e de frango (12,5%).
O comércio internacional, por intermédio das exportações, tem sido uma variável relevante para o crescimento. Nos primeiros seis meses do ano, o faturamento das exportações de carnes foi de US$ 11,1 bilhões e do complexo soja, de US$ 34,2 bilhões.
Segundo o coordenador da pesquisa, os preços têm sido decisivos este ano. “Considerando as carnes de frango e carne bovina, trigo, soja, milho e algodão, observa-se que esses produtos apresentam os maiores preços dos últimos 17 anos. Observa-se ainda que o café obtém neste ano o maior preço recebido pelos produtores dos últimos nove anos”, explica Gasques.
Em contrapartida, há um grupo grande de produtos que vêm apresentando contribuição negativa ao VBP. Muitos deles, como banana, batata-inglesa, café, feijão, laranja, tomate, suínos e ovos, têm peso relevante no IPCA. “Por isso deve haver um acompanhamento mais de perto desses produtos”, alerta Gasques.
(Texto de Rosana Siqueira)